A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), baseada no conhecimento atual, nas informações disponíveis da Agência Europeia do Medicamento (EMA) e FDA sobre a vacina da Pfizer-BioNTech para o vírus SARS-CoV-2, e na sequência das recomendações da Agências Reguladoras do Medicamento do Reino Unido e dos Estados Unidos da América, deixa alguns esclarecimentos no que diz respeito à vacinação contra a COVID-19.
As reações alérgicas às vacinas do calendário nacional de vacinação são raras. As reações mais graves (reações anafiláticas) ocorrem em menos de 1/100.000 indivíduos.
De acordo com a informação disponível, as reações alérgicas à vacina Pfizer-BioNTech para a COVID-19, serão também eventos raros.
Apesar da informação clínica disponível sobre os casos em que terão ocorrido reações alérgicas suspeitas à vacina Pfizer-BioNTech para a COVID-19 ser ainda muito limitada, não se supõe existir um risco acrescido de efeitos adversos à vacina em doentes asmáticos, com rinite alérgica ou com eczema.
A SPAIC propõe, por isso, que a vacina Pfizer-BioNTech para a COVID-19 não seja administrada em doentes com antecedentes de reações alérgicas graves a vacinas, e que a relação risco-benefício seja avaliada por um imunoalergologista nos casos de anafilaxia prévia a medicamentos, alimentos, latex, venenos de himenópteros e ainda nos casos de anafilaxia idiopática, síndromes de ativação mastocitária e imunodeficiências primárias.
As vacinas para o SARS-CoV-2 só deverão ser administradas em Unidades de Saúde onde existam profissionais devidamente treinados e meios adequados para o tratamento de eventuais reações alérgicas. Deverá ser respeitado um período de vigilância de 30 minutos após a administração da vacina.
Os imunoalergologistas estão disponíveis para investigar todos os doentes com reações alérgicas graves às vacinas para o SARS-CoV-2 que venham a estar disponíveis em Portugal.