Um consórcio formado por três empresas e cientistas das universidades UFSCar (Brasil) e Jaume I de Castellón (Espanha) lançou uma película aderente capaz de desativar 99,99% do novo coronavírus em 15 minutos. O novo produto, denominado AlpFilm Protect PVC, já está disponível no mercado.
A colaboração científica iniciada há 15 anos entre a UFSCar e a UJI com a empresa Nanox já tinha desenvolvido, em 2014, um produto com propriedades antifúngicas e bactericidas: um filme de PVC transparente com micropartículas de prata, que agora deu lugar à tecnologia patenteada pela Nanox com o apoio da equipa de engenharia de aplicação de vinil da Braskem e AlpFilm.
A sílica é um semicondutor que se torna ativo com a prata metálica para gerar moléculas altamente oxidativas, capazes de desativar 79,9% do novo coronavírus em três minutos e 99,99% em apenas 15 minutos. O produto já está disponível no mercado e é comummente utilizado para embalar alimentos como carnes, frutas, verduras e frios, podendo agora ser utilizado também para proteção de superfícies.
Os testes para verificar a capacidade de as novas embalagens plásticas suprimirem o SARS-CoV-2, vírus causador do COVID-19, foram realizados no laboratório de biossegurança nível 3 do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB- USP), em conformidade com a ISO 21702: 2019, a norma técnica para medir a atividade antiviral em plásticos e outras superfícies não porosas.
As empresas Braskem e AlpFilm aprimoraram a fórmula da película aderente, maximizando o potencial de proteção contra fungos e bactérias, alcançando o efeito viricida.
Para a Braskem, a eficiência do material reforça a relevância do plástico nas iniciativas que visam a saúde e segurança da sociedade. “O plástico tem sido um grande aliado contra a pandemia do coronavírus. As soluções de PVC possibilitam a produção de uma série de produtos essenciais, desde produtos médico-hospitalares até embalagens que garantem segurança alimentar, higiene e limpeza, entre outros fatores, fortalecendo o combate à COVID-19”, explica Almir Cotias, responsável de uma das empresas.
“O produto existia desde 2014 com propriedades antifúngicas e bactericidas, graças à presença de micropartículas de prata”, explica Alessandra Zambaldi, da AlpFilm. “Mas com a pandemia, submetemo-lo a uma série de estudos para adequar sua composição e garantir a sua eficácia antiviral. Perante os desafios impostos pela COVID-19, decidimos focar a nossa atenção em investigar e desenvolver a evolução deste produto para desativar o novo coronavírus por contacto.”