Com as atenções concentradas na pandemia, tem sido fácil ignorar, nos últimos dois anos, o facto de que existem outras crises de saúde, que não deram tréguas. E serão muitos os casos de cancro da mama, o tema da revista Research*eu, a principal fonte de informação sobre projetos científicos financiados pela União Europeia (UE), que acaba de ser publicada. E onde se confirma que, todos os anos, mais de 350.000 mulheres na UE são diagnosticadas com cancro da mama e 90.000 morrem desta doença.
Através do seu apoio contínuo à investigação nesta área, a UE pretende prevenir o cancro sempre que possível e oferecer um diagnóstico precoce, um melhor tratamento e uma melhor qualidade de vida. Ao fazer isso, espera salvar mais de três milhões de vidas até 2030. Não é uma cura para o cancro, mas é um motivo de orgulho.
Uma cura que é ainda a tradução do que pode ser considerado um milagre médico, mas vencer o cancro significa muito mais do que melhores tratamentos. Nesta edição, a revista traça o cenário do trabalho que está a ser realizado em toda a Europa, em áreas como a avaliação de risco, que ajudará a perceber melhor quais mulheres em risco de que tipos de cancro, permitindo que façam escolhas informadas sobre os seus corpos e a sua saúde.
Identificar quem não está em risco é tão importante como saber quem está. Isto porque uma melhor precisão nesta matéria eliminará o excesso de tratamento e reduzirá a incidência de cirurgias desnecessárias que mudam a vida.
Também há avanços a assinalar na compreensão do cancro da mama, que não é uma doença única, mas um grupo de cancros relacionados. Há quem esteja atualmente a investigar a genómica do cancro da mama, para que os tumores possam ser melhor caracterizados e categorizados e os tratamentos mais adequados aplicados.
E há quem trabalhe ao nível da resiliência do doente, investigando a melhor forma de apoiar aqueles que vivem com este tipo de tumor.