Foram 29 os novos genes identificados que têm influência sobre a acne, mostra um estudo que identifica potenciais novos alvos para o tratamento. E que pode também ajudar os médicos a identificar as pessoas com risco mais alto de doença grave.
Aquele que é o maior estudo do género envolveu dados genéticos de mais de 20.000 pessoas com acne e teve o apoio do National Institute for Health Research Guy’s e St Thomas’, no Reino Unido.
A acne é um problema comum da pele, com as estimativas a indicarem que afeta 80% dos adolescentes. Manchas, alterações pigmentares e cicatrizes são características comuns, sendo a face o local mais afetado, com o peito e as costas também frequentemente envolvidos. Um problema com consequências psicológicas negativas observadas em todas as idades, mas sobretudo na adolescência.
A investigação, publicada na revista Nature Communications, analisou nove conjuntos de dados de estudos de associação de genoma de pessoas em todo o mundo, que identificou 29 novas variantes genéticas mais comuns em pessoas com acne e confirmou 14 das 17 variantes já conhecidas por estarem associadas a este problema, o que eleva o número total de variantes conhecidas para 46.
Catherine Smith, professora de Dermatologia e Terapêutica no St John’s Institute of Dermatology em Guy’s and St Thomas’, considera que, “apesar dos grandes avanços no tratamento de outros problemas da pele, o progresso na acne foi limitado. Além de sofrer com os sintomas de acne, os indivíduos descrevem impactos profundos e negativos consequentes no seu bem-estar psicológico e social. É emocionante pensar que este trabalho pode abrir potenciais caminhos para encontrar tratamentos para estas pessoas”.
Foram identificados vários genes que são comuns em quem sofre de acne e também estão associados a outras doenças da pele e cabelo.
Michael Simpson, líder do Grupo de Medicina Genómica do King’s College London, também envolvido neste estudo, diz que “sabemos que as causas da acne são complicadas, com uma mistura de fatores biológicos, como genética, hormonas e fatores ambientais. Compreender a genética da doença ajudará a desvendar algumas dessas causas e a encontrar a melhor forma de tratar a doença. Esta é uma área realmente promissora para um estudo mais aprofundado e abre muitos caminhos para a pesquisa”.
O estudo encontrou ainda uma ligação entre o risco genético de acne e a gravidade da doença: pessoas com um maior risco genético têm maior probabilidade de vir a sofrer de doença grave, o que aumenta o potencial de identificar indivíduos em risco de doença grave para intervenção precoce.