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Consumo continuado de peixe-gato põe em risco a saúde

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Vem do Vietname e é um dos peixes mais consumidos no mundo, resultado sobretudo do seu preço baixo e de se apresentar sem espinhas, em forma de filete, o que torna um dos preferidos nas cantinas escolares. No entanto, a avaliação feita por investigadores espanhóis ao peixe panga, ou peixe-gato, ou ainda pangasius, dá conta de elevados níveis de mercúrio, que o tornam ‘persona non grata’ à mesa, sobretudo das crianças.

É sobretudo do rio Mekong, um dos mais poluídos do mundo devido à presença de pesticidas e outros elementos químicos usados, entre outros, no cultivo de arroz, que vem este peixe. Não será, por isso, grande surpresa o facto de estar também ele contaminado, como já comprovaram avaliações de várias origens, uma das quais da Organização Mundial de Saúde, que já alertou para as elevadas concentrações de metais, como o mercúrio.

Foi para avaliar este risco que um grupo de investigadores espanhóis das Canárias analisou um total de 80 amostras de filetes de panga congelados. Os  resultados, publicado na revista científica Chemosphere, dão conta de que várias destas amostras excediam as concentrações máximas estabelecidas pela legislação europeia (0,5 mg/kg) como admissíveis para os alimentos.

Foram várias as concentrações de mercúrio detetadas, que iam dos 0,10 aos 0,69 mg/kg, com um valor médio de 0,22 mg/kg. Valores que levam os investigadores a concluir que, nos casos em que a concentração máxima permitida é excedida e após o consumo continuado, pode haver um risco para saúde, na sequência da acumulação de mercúrio em adultos e sobretudo nas crianças.

Para estes últimos, recomendam mesmo o consumo de outros peixes em vez do peixe-gato, que sai também prejudicado na comparação com outros devido à sua pobreza nutricional.

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