Uma Estratégia Nacional para a Saúde da Visão é o que pretende o Governo que, para esse efeito, decidiu constituir uma Comissão que tem 60 dias para apresentar uma proposta.
Na sequência dos “resultados positivos” obtidos com as experiências piloto para o rastreio da ambliopia em crianças e da retinopatia diabética, pretende-se agora ir mais longe.
De acordo com o Programa Nacional para a Saúde da Visão, da Direção-Geral da Saúde (DGS), estima-se que, por cá, cerca de metade da população sofra de alterações ao nível ocular, desde a diminuição da acuidade visual até à cegueira e que cerca de 20% das crianças e metade da população adulta sofra de erros refrativos significativos.
A mesma fonte indica ainda que cerca de metade das pessoas com cegueira se encontra em idade produtiva e que, no que diz respeito à população diabética, cerca de 500 mil portugueses com diabetes nunca tinham sido avaliados numa consulta de oftalmologia.
Os principais inimigos da visão
Catarata, diabetes ocular, glaucoma e doenças maculares, como a degenerescência macular relacionada com a idade, são as principais causas de perda de visão no nosso país que, segundo a DGS, “encontra-se, portanto, perante um problema de saúde pública que urge combater e cuja magnitude requer medidas planeadas a nível nacional, que atravessem todo o sistema prestador de cuidados de saúde”.
Mais ainda, porque “a maioria dos casos de disfunção visual pode ser prevenida quando se utilizam ações adequadas”. Desta forma, reconhece-se, quer na criança, quer no adulto, “que a prevenção se baseia, principalmente, no diagnóstico oftalmológico precoce e nos rastreios”.