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Implante cerebral devolve visão parcial a cegos

visão devolvida

Serve de nome para um gigante caçador da mitologia grega e para uma das constelações modernas. Agora, Orion é também a designação de um sistema que já deu provas de conseguir devolver a visão a quem não a tem.

A novidade surge anunciada por um grupo de neurocirurgiões da Baylor College of Medicine, no Texas e da Universidade da Califórnia, os mesmos que desenvolveram uma técnica capaz de restaurar a visão, ainda que de forma parcial, socorrendo-se da tecnologia: através do uso de um implante cerebral e de uma pequena câmara de filmar.

O sistema, que mais parece saído de um qualquer filme de ficção científica, consiste na implantação de um dispositivo na zona do córtex visual primário, ou seja, a área do cérebro responsável por processar a visão.

Este dispositivo recebe as imagens captadas através de uma pequena câmara de filmar, instalada num par de óculos, que as envia ao cérebro, permitindo que este processe a informação recebida. Uma espécie de “ligação direta”, que é apenas possível porque o olho recebe os impulsos de luz, sendo estes depois percecionados pelo cérebro, que transforma esses mesmos impulsos em imagens.

Visão de forma funcional: objetivo para o futuro

Não é a cura para a cegueira, até porque o sistema Orion não permite uma visão clara. Ainda assim, este sistema devolve aos cegos a possibilidade de identificarem texturas, formas e obstáculos, como passeios, paredes ou até janelas, o que permite melhorar a sua qualidade de vida.

Testado em seis pessoas, os resultados revelam-se, segundo os autores do trabalho, promissores. Tanto que a equipa espera vir a conseguir melhorar a tecnologia para tornar possível devolver a visão de forma funcional a quem sofreu lesões no nervo ótico.

Os investigadores acreditam que tal pode ser feito através de uma estimulação mais eficaz desta região do cérebro, como explica Daniel Yoshor, um dos líderes da investigação. “Teoricamente, se tivéssemos centenas de milhares de elétrodos no nosso cérebro, seríamos capazes de produzir uma imagem visual de qualidade elevada.”

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