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Reforma de médicos de família em dois anos põe em causa acesso dos doentes

médicos em falta

São apenas projeções, mas os dados citados pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) estimam que, este ano, 410 médicos de família deixem o serviço de saúde na sequência de aposentações, um valor superior aos 351 candidatos que, segundo o Ministério da Saúde, responderam às 378 vagas abertas para esta área.

Mas há mais. Ainda de acordo com a FNAM, “no próximo ano, 2019, perspetiva-se um novo surto de saídas dos profissionais mais velhos: está previsto um pico de 509 reformas de médicos de família com 66 ou mais anos, 10% do total”.

O que significa que o cenário da falta de médicos de família, que o Governo tenta colmatar – as novas entradas de especialistas permitirão, segundo as contas da tutela, atribuir médico de família a 500 mil utentes -, pode agravar-se. Recorda-se que, ao todo, são cerca de 840 mil os portugueses sem médico de família atribuído

Equilíbrio pode estar em causa 

“Se o concurso que está previsto realizar no final deste ano se concretizar, para colocação dos médicos internos que acabarão a sua formação nesta especialidade em outubro próximo, poderemos atingir um saldo global de 2018 que acabe equilibrado”, afirma a FNAM.

Mas há outra contas. “Até 2026, ano em que já se devem aposentar somente cerca de 50 especialistas, poderemos chegar ao número global superior a mil médicos que durante estes anos deixarão o Serviço Nacional de Saúde”.

Para esta estrutura, a solução que irá permitir aos portugueses ter direito ao seu médico de família, garantindo “este direito constitucional, tem de centrar-se numa adequada formação médica de novos especialistas nesta área, em mapas de vagas que a tornem uma prioridade, na realização atempada dos concursos de colocação dos médicos e numa política de saúde globalmente coerente para o Serviço Nacional de Saúde, de planeamento, de recursos humanos, de organização e de motivação dos profissionais, ao serviço dos portugueses e do País”.

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