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Detetar o cancro através da respiração? Os cientistas acreditam ser possível

detetar o cancro através da respiração

Os sinais que alertam para o cancro podem ser vagos e, pelo menos por enquanto, não existe um teste simples capaz de identificar a doença. Algo que pode vir a mudar em breve, se a investigação financiada pelo Cancer Research do Reino Unido chegar a bom porto. E bastará apenas a respiração para o conseguir.

Dirigida por Rebecca Fitzgerald, o que se pretende é estudar a possibilidade de identificar diferentes tipos de cancro. E isto através de um “dispositivo que deteta as moléculas voláteis da respiração, capaz de identificar doentes que podem ter um cancro em fase precoce que não sabem”.

“Precisamos urgentemente de desenvolver novas ferramentas, como este teste de respiração, que poderia ajudar a detetar e diagnosticar o cancro mais cedo, dando aos doentes a melhor possibilidade de sobreviverem à doença.”

O ensaio, realizado em colaboração com a empresa Owlstone Medical, está a decorrer. E, até 2021, Fitzgerald e a sua equipa pretendem recolher e analisar a respiração de 1.500 pessoas, em busca de padrões ou “assinaturas”, presentes nas moléculas do hálito de quem é saudável ​​ou se suspeita sofrer de cancro do esófago, estômago, próstata, rim, bexiga, fígado ou pâncreas.

“Este é um estudo piloto. Por isso, estamos primeiro a olhar para uma série de tumores, para ver se conseguimos um sinal, e depois comparamos esse sinal com os indivíduos saudáveis”, refere a investigadora.

Se a tecnologia que se encontram a usar conseguir distinguir as assinaturas de cancro e as saudáveis, a equipa verá em seguida se existem diferenças entre os tipos de tumores ou se há apenas uma “assinatura de cancro”.

Esperança de resultados em breve

Para além de poder ser usado entre as pessoas com um maior risco de cancro, este teste de respiração pode ir mais longe, tendo o potencial de ser usado na população em geral como uma ferramenta de triagem, capaz de identificar o cancro em fases precoces, mesmo quando ainda não existem sintomas.

Para já, o maior desafio dos investigadores é obter doentes suficientes para toda a variedade de cancros que pretendem investigar. Mas Fitzgerald e a sua equipa estão confiantes que a natureza simples e não invasiva do teste seja capaz de conquistar o interesse dos voluntários.

“Tudo o que precisamos dos nossos participantes é de cerca de 10 minutos de respiração”, refere a especialista. E se conseguirem reunir os dados necessários, não tem dúvidas que estes podem dar origem “a um teste de respiração para detetar o cancro mais próximo dos doentes e dos seus médicos”.

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