Por hora, três portugueses sofrem um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Destes, um não sobrevive. Dos restantes, metade ficará com sequelas incapacitantes. As contas daquela que é a principal causa de mortalidade e incapacidade no nosso País vão ser feitas em mais um encontro nacional sobre o tema.
De 31 de janeiro a 2 de fevereiro, a Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC) reúne especialistas nacionais e internacionais no seu 13.º Congresso Português do AVC, que decorre no Porto.
Especialistas estrangeiros juntam-se aos clínicos e investigadores nacionais, para um debate de temas desafiantes no que se refere à doença vascular cerebral, na qual o AVC se inclui.
Impacto socioeconómico milionário
“Todos os anos, cerca de 1,3 milhões de pessoas na Europa sofrem um primeiro AVC”, refere Valeria Caso, ex-presidente da European Stroke Organisation.
“Consequentemente, o impacto socioeconómico deste problema é considerável, com um custo anual na Europa na ordem dos 45 mil milhões de euros”, acrescenta a neurologista da University of Perugia, em Itália.
“Segundo as projeções mais recentes, a carga global de AVC na Europa sofrerá um aumento de mais 35% até o ano 2050 devido, em grande parte, ao envelhecimento da população.”
“Action Plan For Stroke in Europe 2018-2030” é o título do documento que estabelece objetivos e metas para proporcionar melhores cuidados aos doentes com AVC na Europa, a partir da intervenção em quatro áreas de atuação estruturais (prevenção primária, fase aguda, reabilitação e vida pós-evento), que deve ser implementado de forma faseada até 2030, adaptando as estratégias à realidade local de cada país.
“O plano de ação constitui uma importante fonte de referência no que se refere às ações necessárias para aumentar os esforços em torno da prevenção e tratamento”, esclarece Valeria Caso.
Em busca de um plano nacional
“A SPAVC irá analisar a informação que existe em Portugal acerca do estado de cada uma das grandes áreas de intervenção na cadeia do AVC”, explica Elsa Azevedo, vice-presidente da SPAVC e presidente da conferência, pretendendo-se fazer uma atualização e promover um debate multidisciplinar que facilite a definição de um Plano de Ação Nacional, “para que Portugal possa atingir os objetivos delineados pela Europa até 2030”.