O uso de cigarros eletrónicos aumenta a probabilidade de AVC, enfarte e doença coronária. Uma garantia dada por um novo estudo.
Apresentado em Honolulu, no Havai, na conferência da American Stroke Conference 2019, uma reunião mundial para investigadores e médicos dedicados à ciência e tratamento de doença cerebrovasculares, trata-se do maior estudo até o momento sobre o uso deste tipo de cigarros e a associação aos acidentes vasculares cerebrais.
Os dados de 400.000 entrevistados permitiram concluir que, “em comparação com os não-utilizadores, aqueles que preferem os cigarros eletrónicos são mais jovens, têm um índice de massa corporal menor e uma menor taxa de diabetes”, explica Paul M. Ndunda, autor do trabalho e professor assistente na Faculdade de Medicina do Reino Unido.
Risco de AVC aumenta 71%
Ao todo, cerca de 66.795 entrevistados relataram usar sempre cigarros eletrónicos. E, comparando com os que não os usam, estes apresentavam um risco 71% superior de acidente vascular cerebral.
Mas há mais. O risco aumentou também em 59% para o enfarte e em 40% para a doença coronária.
É por isso que a American Heart Association alerta para o uso deste tipo de cigarros, afirmando que os que contêm nicotina são produtos de tabaco que devem estar sujeitos a todas as leis que se aplicam a estes produtos.
A Associação pede também regulamentação mais forte para impedir o acesso, a venda e a comercialização de cigarros eletrónicos aos jovens e mais investigação sobre o seu impacto na saúde.
Falta evidência que confirma vantagens
Os cigarros eletrónicos são muitas vezes comercializados como uma forma de ajudar os que querem deixar de fumar. No entanto, a American Heart Association refere haver pouca evidência científica conclusiva desta realidade.
De resto, cita um estudo que relatou que os fumadores adultos que usaram os cigarros eletrónicos tiveram 28% menos probabilidade de parar com sucesso.