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A tiroide pode ser a peça em falta no puzzle da saúde de milhares de portugueses

Semana Internacional da Tiroide

Quando não estamos bem, quando há sintomas que persistem sem que se consiga perceber porquê, a nossa saúde mais parece um puzzle para o qual é preciso encontrar a peça em falta. E essa peça pode ser a tiroide. É que, confirma Paula Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), o mau funcionamento desta glândula pode traduzir-se “em sintomas e sinais muito inespecíficos”. E isso conduz a uma ausência de diagnóstico.

A Sociedade Americana da Tiroide estima que cerca de 60% das pessoas com distúrbios da tiroide não são diagnosticadas, o que significa que centenas de milhões de pessoas sofrem, em todo o mundo, sem saber a causa dos seus sintomas. Em Portugal, os dados da SPEDM e do Grupo de Estudos da Tiroide revelam que, dos 7,4% da população adulta afetada por estes distúrbios, “a disfunção tiroideia não diagnosticada pode abranger mais de 5%”.

É para dar um nome a estes problemas que a SPEDM e a Associação das Doenças da Tiroide, com o apoio da Merck, realizam um rastreio para ajudar a encontrar a peça em falta no puzzle da saúde. No dia 27 de maio, entre as 10h e as 17h00, o CascaiShopping recebe uma ação de rastreios onde, além do teste TSH que permite identificar pessoas em risco de hipotiroidismo, se pretende partilhar informação sobre os sinais e sintomas desta doença, para aumentar a sensibilização e a literacia em saúde.

Hipotiroidismo, a doença mais frequente da tiroide

De entre os distúrbios da tiroide mais frequentes, o destaque vai para o hipotiroidismo, “uma das doenças endocrinológicas mais comuns, que é mais prevalente em caucasianos e mulheres (5 a 8 vezes mais do que em homens)” e que se manifesta através de um conjunto de sintomas que se podem confundir com os de outras doenças.

“Podemos referir a intolerância ao frio, redução da sudorese, cansaço, letargia, sonolência, anorexia, mialgias ou dores musculares, dores articulares; depressão, perturbação mnésica ou alterações da memória, obstipação, visão turva, diminuição do número de ciclos menstruais anuais ou até ausência de fluxo menstrual, síndrome do túnel cárpico, perda capilar (no couro cabeludo, axilar, púbico)”, explica a Prof. Paula Freitas.

Pelo que, acrescenta, “obviamente é recomendado que em qualquer pessoa com sintomas compatíveis com doença tiroideia, mesmo que algo inespecíficos, seja efetuada uma avaliação laboratorial”. Ou seja, a consulta a um médico é essencial na presença destes e de outros sintomas, que podem traduzir a existência de hipotiroidismo, hipertiroidismo, nódulos na tiroide ou qualquer outra disfunção nesta glândula, para que possa ter início o tratamento.

Até porque, refere a especialista, “o não diagnóstico significa que as pessoas com a doença e com critérios para tratamento não estão a ser tratadas. A disfunção tiroideia pode ter impacto em todos os órgãos e sistemas do organismo, e o não tratamento tem obviamente impacto na ‘quantidade’ e qualidade de vida. Dado que cerca de 4 a 6,5% dos nódulos da tiroide podem ser malignos, o não tratamento também poderá impactar na quantidade e qualidade de vida das pessoas, sobretudo naqueles com tumores de maior risco”.

Crédito imagem: Pexels

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