Fadiga, sonolência, sensibilidade ao frio, ganho de peso, depressão. Estes são alguns dos sintomas de uma das mais frequentes disfunções da tiroide, o hipotiroidismo que, por serem comuns a tantos outros problemas de saúde, impedem muitas vezes um diagnóstico atempado. É para eles que se alerta, em mais uma Semana Internacional da Tiroide, que aproveita para realçar a importância que a pequena glândula em forma de borboleta tem para a saúde de todos, incluindo as mães e os seus bebés.
Estima-se que 350 milhões de pessoas em todo o mundo sejam afetadas por disfunções da tiroide, que ocorrem quando a glândula da tiroide não funciona adequadamente. E as estimativas apontam também para a existência de até 50% das pessoas com estas disfunções sem diagnóstico pelo facto de os sintomas serem comumente confundidos com os de outras doenças, o que impede as pessoas de viverem as suas vidas ao máximo, inclusive em marcos importantes, como constituir família.
As boas notícias, segundo João Jácome de Castro, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) são que, “apesar de estimarmos que, na Europa, cerca de 3% dos adultos sofram com hipotiroidismo, a mais comum das disfunções da tiroide, se estes doentes forem diagnosticados e tratados corretamente poderão ter uma vida completamente normal”.
É, por isso, importante, por um lado, fazer um diagnóstico na presença de sintomas e, por outro, perceber junto de quem tem o diagnóstico, como decorreu todo o processo, como tem sido viver com os sintomas, de que forma é a adesão aos tratamentos, traçando o cenário do que é o hipotiroidismo em Portugal, que é, aliás um dos grandes objetivos do inquérito anónimo, agora lançado pela Associação das Doenças da Tiroide (ADTI), e que se encontra disponível aqui.
Os níveis de iodo e a tiroide
Este ano, a Semana Internacional da Tiroide reforça a importância da atenção que deve ser dada aos níveis de iodo da população, essenciais que são para a produção de hormonas da tiroide, em especial antes, durante e depois da gravidez.
João Jácome de Castro explica que, “uma vez que o iodo é o principal combustível para a produção de hormonas tiroideias, o seu défice pode acarretar alterações funcionais de diferentes graus de gravidade, podendo inclusivamente comprometer a produção de hormonas tiroideias e levar a disfunções graves”.
A tiroide concentra 99% do iodo disponível no organismo, pelo que a depleção de iodo é a causa maior de patologia tiroideia. “Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde já emitiu, inclusive, uma norma de orientação clínica acerca da suplementação de iodo em grávidas, na qual recomenda a ingestão de iodo, sob a forma de iodeto de potássio, a todas as mulheres em pré-conceção, grávidas ou em amamentação, exatamente para combater esta falha e evitar problemas maiores”, sublinha o presidente da SPEDM.
Para que as pessoas avaliem se têm os sintomas desta doença está ainda disponível, online, um Avaliador de Sintomas, criado com o apoio de profissionais de saúde e da Merck.