A cobertura universal de saúde é um termo usado para definir o acesso a serviços de saúde de qualidade, onde e quando as pessoas deles precisarem. O que significa um acesso para todos, sem que ninguém fique para trás. Mas, no mundo, pelo menos metade das pessoas não tem acesso a cuidados essenciais de saúde. E isto apesar de todos os Estados-Membros da ONU terem concordado tentar alcançar a cobertura universal até 2030.
Um alerta deixado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a propósito do Dia Mundial da Saúde, que se assinala este sábado (7 de abril), que serve para reforçar que quase 100 milhões de pessoas estão a ser ‘empurradas’ para a pobreza extrema, obrigadas a sobreviver com apenas 1,5€ ou menos por dia, porque precisam de pagar pelos serviços de saúde.
A estas juntam-se mais de 800 milhões (quase 12% da população mundial) que gastam pelo menos 10% dos seus orçamentos familiares em cuidados de saúde, para si, para um filho doente ou para qualquer outro elemento da família. Têm o que a OMS chama de “despesas catastróficas”, um problema considerado global.
“Uma boa saúde é a coisa mais preciosa que qualquer um pode ter”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
“Quando as pessoas são saudáveis, podem aprender, trabalhar e sustentar-se, a si mesmas e às suas famílias. Quando estão doentes, nada mais importa. Famílias e comunidades ficam para trás. É por isso que a OMS está comprometida em garantir uma boa saúde para todos.”
Nos países mais ricos da Europa, América Latina e em algumas regiões da Ásia, que alcançaram elevados níveis de acesso aos cuidados de saúde, há um número crescente de pessoas que está a gastar pelo menos 10% dos seus orçamentos familiares com cuidados médicos.
‘Saúde para todos’ é, por isso, o lema da edição deste ano do Dia Mundial da Saúde que se assinala numa altura em que a OMS celebra os seus 70 anos. Um aniversário em que aproveita para pedir aos líderes mundiais que honrem as promessas feitas quando assinaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em 2015, e se comprometam com medidas concretas para promover a saúde de todas as pessoas.
Isso significa garantir que todos, em qualquer lugar, podem aceder a serviços essenciais de saúde de qualidade, sem constrangimentos financeiros.
‘Retrato da Saúde’ em Portugal
Por cá, o dia será assinalado com uma cerimónia que fará o ‘Retrato da Saúde em Portugal’. Promovida pelo Ministério da Saúde, a iniciativa vai ter lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a partir das 10h30, e contará com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, na sessão de abertura.
O Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, encerra a sessão, que conta com a atribuição do Prémio Nacional de Saúde 2017 e com a entrega de medalhas de serviços distintos. Na ocasião, serão ainda distinguidas pessoas e organizações que prestaram serviços relevantes à saúde pública nos últimos doze meses, na ótica da promoção da saúde, da prevenção da doença e de apoio à concretização das políticas de saúde.