
A saúde mental no desporto jovem tem vindo a ganhar crescente atenção, sobretudo quando se fala de burnout e pressão competitiva. Tânia Gaspar, psicóloga, professora universitária, investigadora que colabora com a TrueClinic, ajuda a compreender os sinais de alerta, as causas e as estratégias de prevenção do burnout em jovens atletas.
Quais são os principais sinais físicos e emocionais de burnout em atletas?
O burnout tornou-se um dos riscos psicossociais mais importantes da sociedade atual, gerando custos significativos tanto para os indivíduos quanto para as organizações. Embora o burnout tenha sido inicialmente considerado específico para o contexto ocupacional, evidências posteriores mostraram que esta síndrome pode desenvolver-se entre todos os tipos de grupos ocupacionais, nomeadamente no contexto desportivo.
O burnout resulta de um stress crónico. As pessoas com burnout sentem-se emocionalmente exaustas, pessimistas, e afastadas dos vários aspetos importantes da sua vida. Por outro lado, o burnout está associado à diminuição do desempenho, da iniciativa e da proatividade e surge intimamente ligado à doença física, saúde mental, presentismo e absentismo.
O burnout tem sintomas e consequências para a saúde física, psicológica, social e ambiental. Dificulta o desempenho pessoal e profissional, o trabalho em equipa e as relações laborais e está associado a sintomas físicos tais como hipertensão, problemas musculares, gastrointestinais ou problemas de sono. Os sintomas psicológicos, tais como a exaustão emocional, ansiedade, irritabilidade e a depressão, assim como sintomas cognitivos relacionados com a concentração, atenção e capacidade de planeamento e tomada de decisão tão importantes para os atletas.
O burnout pode ser caracterizado por três dimensões:(1) sensação de burnout ou exaustão de energia; (2) aumento da distância mental em relação ao trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados com o desempenho; e (3) eficácia reduzida.
Os riscos para a saúde mental podem incluir:
- subutilização de competências ou falta de qualificações para as tarefas e desafios;
- cargas de trabalho ou ritmo de trabalho excessivos;
- horários longos, pouco sociais ou inflexíveis;
- falta de controlo sobre a conceção do trabalho ou a carga de trabalho;
- condições físicas inseguras ou precárias;
- cultura organizacional que possibilita comportamentos negativos;
- apoio limitado de colegas ou supervisão autoritária;
- violência, assédio ou intimidação;
- discriminação e exclusão;
- função pouco clara;
- subpromoção ou sobrepromoção;
- precariedade, remuneração inadequada ou investimento insuficiente na progressão na carreira;
- exigências conflituosas vida pessoal / atividade desportiva/competitiva.
O burnout é uma combinação de exaustão crónica e atitudes negativas em relação ao desempenho com consequências prejudiciais para a saúde e produtividade dos atletas. O burnout crónico é um importante moderador do funcionamento diário do atleta, fortalecendo o ciclo de perda das tarefas diárias na atividade desportiva, a exaustão diária e a autodesvalorização diária, enquanto enfraquece o ciclo de ganho de recursos, envolvimento e desempenho desportivo. Profissionais com altos níveis de burnout precisam de ajuda para mudar profundamente as suas condições de trabalho e estado de saúde. Embora o burnout esteja associado a diferentes sintomas, a exaustão é o mais frequente. A exaustão emocional está variavelmente associada ao absentismo, à intenção de abandonar a profissão, à deterioração pessoal e familiar e é a dimensão mais estudada da síndrome de burnout. Além da exaustão emocional, o cinismo e a falta de eficácia são os outros dois componentes do burnout.
Como distinguir entre cansaço comum e o burnout?
O que uma situação normal de uma situação menos saudável é a intensidade, frequência e impacto social dos sintomas, ou seja, se os sintomas de cansaço forem muito intensos, frequentes, que não diminuam após período de repouso, que revelem uma situação diferentes a situações anteriores e que comecem a ter impacto negativo na vida pessoal e desempenho do atleta, são pista para uma possível situação de burnout.
O cansaço surge após um esforço físico ou mental intenso e geralmente melhora com descanso (como uma boa noite de sono ou um fim de semana de folga). Pode estar relacionado a uma rotina agitada, exercícios físicos, falta de sono ou stress pontual. Pode haver dores musculares ou sonolência, mas são passageiros. Ao nível de sintomas emocionais e comportamentais, pode causar irritabilidade leve, impaciência ou desmotivação temporária. Em relação a desempenho e motivação o desempenho pode cair um pouco, mas tende a se recuperar com o descanso.
Já o burnout é persistente. Mesmo com descanso, a sensação de exaustão continua. Pode durar semanas ou meses. Está ligado a stress crónico, principalmente no contexto profissional ou académico. É um esgotamento emocional, físico e mental causado por desafios e tarefas excessivas e prolongadas. Pode causar insónia crónica, dores de cabeça, problemas digestivos, batimentos cardíacos acelerados e queda da imunidade. O Burnout pode levar a sentimentos de desesperança, cinismo, distanciamento emocional, baixa autoestima e até depressão. Há uma perda de interesse total pelo trabalho ou atividades antes prazerosas. Há uma queda significativa e contínua no desempenho. A motivação desaparece, e pequenas tarefas quase que se tornam insuportáveis.
Se os sintomas de exaustão forem persistentes, afetarem sua saúde mental e interferirem no seu dia a dia, é importante procurar apoio médico e psicológico.
De que forma a pressão por resultados afeta a saúde mental dos atletas?
A pressão por resultados pode afetar bastante a saúde mental dos jovens atletas. Quando esses atletas sentem que precisam vencer a todo o custo, isso gera muita ansiedade e stress. Eles começam a preocupar-se com não corresponder às expectativas dos pais, treinadores e até de si próprios, o que pode criar uma sensação constante de tensão e nervosismo. O medo do fracasso é outro fator importante. Se o atleta teme não conseguir alcançar os resultados esperados, pode começar a sentir-se inseguro e frustrado consigo mesmo. Esse medo pode prejudicar a confiança e até a performance do jovem, criando um ciclo negativo.
Além disso, o foco excessivo nos resultados pode fazer com que o atleta perca o prazer de praticar o desporto. Quando o objetivo principal se torna apenas ganhar, a motivação diminui, e o que antes era uma atividade divertida começa a ser visto como um fardo. A pressão para ser perfeito também é uma grande preocupação. Muitos jovens atletas sentem que precisam atingir um padrão de perfeição, o que é algo irrealista. Isso pode gerar sentimentos de frustração e baixa autoestima quando não conseguem alcançar esses padrões, prejudicando o seu bem-estar emocional.
A pressão constante também pode afetar o relacionamento dos atletas com os pais e treinadores. Quando essas figuras impõem expectativas muito altas ou fazem críticas constantes, o jovem atleta pode sentir-se incompreendido, o que pode resultar em isolamento emocional ou até mesmo em conflitos familiares. Em vez de ajudar, a pressão excessiva pode afastar ainda mais o atleta dos seus objetivos.
É fundamental que os pais e treinadores encontrem um equilíbrio entre a pressão por resultados e o apoio emocional. Encorajar o esforço, a aprendizagem e o prazer pelo desporto, em vez de focar apenas no desempenho e na vitória, ajuda a preservar a saúde mental do atleta. Por sua parte, os atletas devem lembrar-se de que o desporto deve ser algo divertido e uma oportunidade para aprender e crescer. Não devem focar-se excessivamente apenas nos resultados e, sempre que a pressão se tornar insuportável, é importante procurar apoio para lidar com esses sentimentos.
Manter as expectativas equilibradas, oferecer apoio emocional e garantir que o prazer pelo desporto se mantém são aspetos fundamentais para o bem-estar de todos os envolvidos.
Os jovens estão mais vulneráveis ao burnout? Porquê?
A família, os treinadores e os meios e redes de comunicação e multimédia desempenham um papel importante na pressão que os jovens atletas enfrentam. Em maior parte dos casos, especialmente por parte dos pais e treinadores, essa pressão é bem-intencionada, mas pode ter efeitos negativos na saúde mental e no bem-estar dos atletas.
Os pais, muitas vezes, desejam que os seus filhos tenham sucesso e podem, sem querer, criar uma pressão adicional. Isto pode acontecer ao colocar expectativas muito altas, comparar o atleta com outros ou até por não perceberem que o filho pode estar a sentir-se sobrecarregado. Quando os pais não estão atentos aos sinais de exaustão ou de stress, podem acabar por intensificar a pressão, pensando que estão a apoiar o jovem da melhor maneira possível. Muito pais fazem muitos sacrifícios pessoais, familiares e até profissionais para apoiarem os filhos e isso pode de forma mais ou menos direta aumentar a pressão sobre os filhos.
Os treinadores têm uma grande influência na experiência do atleta. Quando o foco está apenas no desempenho e nos resultados, e não no bem-estar e desenvolvimento do atleta como pessoa, a pressão pode aumentar. Exigir mais treino, mais competição e mais resultados, sem perceber que o jovem está a perder o prazer pelo desporto, pode ser muito prejudicial. Um bom treinador deve ser capaz de reconhecer os sinais de burnout e ajudar o atleta a equilibrar a exigência do treino com o descanso, equilíbrio com outras áreas da vida e o apoio emocional.
Os meios e redes de comunicação e multimédia também têm um papel significativo na pressão sobre os jovens atletas. Quando os atletas são constantemente expostos a uma atenção pública intensa ou comparações com outros atletas, especialmente nas redes sociais, pode aumentar o stress e a sensação de que precisam de ser perfeitos. A exposição mediática, por vezes, coloca uma pressão extra nos jovens, criando uma visão distorcida da realidade e fazendo-os sentir-se constantemente vigiados ou julgados. Por vezes críticas exibidas nestas redes podem afetar significativamente os jovens.
Qual o papel da família, treinadores e media na intensificação dessa pressão?
Os jovens atletas podem estar mais vulneráveis ao burnout, porque muitos ainda estão a desenvolver a sua identidade e a aprender a lidar com as emoções e os desafios da vida. Eles podem não ter as ferramentas necessárias para gerir o stress e a pressão de forma saudável. Além disso, ao começar a competir em níveis mais elevados, a pressão e responsabilidade para ter sucesso e alcançar resultados cresce. Isso pode fazer com que o atleta se sinta sobrecarregado, como se fosse o único responsável por corresponder às expectativas de todos.
O burnout, que é o esgotamento físico, mental e emocional, pode surgir quando o atleta está a ser exposto a uma carga excessiva de treino, competição e pressão constante, sem tempo suficiente para recuperação e para cuidar da sua saúde mental. Como muitas vezes o foco está só nos resultados, o jovem pode começar a perder o prazer pelo desporto, sentir-se desconectado do que fazia por gosto e ver a prática desportiva como uma obrigação. A falta de apoio emocional adequado, tanto no contexto desportivo como na vida pessoal, pode aumentar o risco de burnout. Muitos jovens atletas não sabem pedir ajuda ou reconhecer que estão a passar por um momento difícil, o que torna a situação ainda mais grave.
Importante ter em conta que um atleta jovem é um ser humano em desenvolvimento e para ter um desenvolvimento saudável integral precisa de integrar a saúde e qualidade de vida física, psicológica, social e ambiental.
Que consequências a longo prazo podem surgir quando não há intervenção precoce?
Quando o burnout não é identificado e tratado a tempo pode trazer consequências sérias e duradouras para a vida do jovem atleta. A nível físico, há maior risco de lesões frequentes, fadiga crónica e até problemas de saúde mais graves. Psicologicamente, o atleta pode desenvolver ansiedade, depressão, perda de autoestima e, em muitos casos, abandonar o desporto de forma precoce.
O prazer desaparece, e o que antes era uma paixão transforma-se numa fonte constante de sofrimento. Além disso, pode afetar a vida académica, social e familiar do jovem, dificultando a construção de uma identidade saudável e equilibrada. Sem intervenção, o burnout pode deixar marcas que vão muito além do campo desportivo.
E como se podem promover ambientes competitivos que incentivem o crescimento sem comprometer o bem-estar?
Promover um ambiente competitivo saudável começa por mudar a forma como vemos o sucesso. Em vez de medir apenas resultados e jogo/competições ganhas, é importante valorizar o progresso individual, o esforço, o trabalho em equipa e o desenvolvimento pessoal.
Treinadores e pais devem criar um clima de apoio, onde o erro é visto como parte do processo de aprendizagem, e não como uma falha. O diálogo aberto, o respeito pelas emoções dos atletas e o incentivo à autonomia são fundamentais. Também é essencial garantir que o calendário de treinos e competições seja equilibrado, respeitando os limites físicos e emocionais de cada jovem. Um ambiente competitivo é por natureza desafiante, mas deve inspirar e motivar ou desgastar e amedrontar.
Que estratégias são mais eficazes para prevenir o burnout no contexto desportivo?
A prevenção começa com a literacia emocional ensinar os jovens a reconhecer os próprios sinais de cansaço, stress e frustração. Outro ponto importante é garantir momentos regulares de descanso e recuperação, tanto físicos como mentais. A variedade no treino, períodos de pausa programados e tempo para atividades fora do desporto ajudam a manter o equilíbrio.
É também fundamental manter comunicação segura entre atletas, treinadores e pais, para que o jovem se sinta ouvido e compreendido. Ter o apoio de profissionais como psicólogos do desporto dentro dos clubes pode fazer toda a diferença. E, acima de tudo, é importante cultivar o gosto pelo desporto, o atleta deve sentir alegria e felicidade no que faz, mesmo quando os resultados não são sempre os melhores. O trabalho de prevenção e apoio também deve ser feito junto dos treinadores e de outros atletas, promovendo uma competitividade saudável, interajuda e respeito mútuo.
O apoio psicológico está suficientemente integrado nos clubes e associações desportivas?
Na maioria dos contextos e modalidades desportivas, ainda não. Embora haja cada vez mais consciência da importância do apoio psicológico no desporto, muitos clubes ainda não têm psicólogos do desporto nas suas equipas técnicas. O trabalho mental é muitas vezes visto como algo secundário, quando, na verdade, é essencial. Sem um acompanhamento psicológico regular, os sinais de burnout podem passar despercebidos até se tornarem graves. Integrar o psicólogo como parte ativa da equipa técnica é um passo fundamental para promover o bem-estar e o rendimento saudável dos atletas e equipa desportiva. É preciso quebrar o estigma de que só se procura apoio psicológico quando “há um problema”, o estigma de procurar quando “há um problema” e entender que não há saúde física nem desempenho sem saúde mental.
Que passos são essenciais na recuperação de um atleta com burnout?
Prevenir e lidar com o burnout em jovens atletas exige atenção, comunicação e um compromisso conjunto entre atletas, famílias, treinadores, equipas e instituições. Quando todos trabalham juntos com foco no bem-estar, o desporto torna-se, de facto, um espaço de crescimento saudável e fortalecedor.
Quando não se conseguiu prevenir, a recuperação do burnout começa com o reconhecimento do problema. O atleta, junto com os adultos à sua volta, precisa perceber que está a passar por um esgotamento, e isso não é sinal de fraqueza, mas é um sinal de que a situação não é sustentável. O segundo passo é garantir afastamento temporariamente, pausa e descanso face ao ambiente que causou o burnout, sempre com acompanhamento profissional.
O apoio psicológico é essencial para ajudar o atleta a lidar com as emoções, compreender o porquê do burnout, reconstruir a autoestima e reorganizar as motivações internas. Durante este processo, é importante não apressar o regresso à competição. O regresso deve ser feito com calma, com novos limites definidos e estratégias para evitar recaídas. Reencontrar o prazer no desporto e sentir-se emocionalmente seguro são sinais de que o processo de recuperação está no bom caminho. É essencial que pais, treinadores e colegas estejam envolvidos neste processo e presentes com empatia, paciência e apoio.
É possível conciliar saúde mental com performance de alto nível? Como?
Sim, é absolutamente possível e desejável conciliar saúde mental com performance desportiva de alto nível. Na verdade, um bom estado mental é um dos pilares do rendimento desportivo consistente e sustentável. Atletas mentalmente equilibrados lidam melhor com a pressão, têm mais foco, recuperam mais rapidamente de momentos difíceis e tomam melhores decisões em competição.
Para que isso aconteça, é preciso integrar o cuidado com a saúde mental na rotina de treino, assim como já se faz com a preparação física e técnica. Isso implica ter acesso regular a apoio psicológico, espaços seguros para expressar emoções, estratégias de gestão de stress e ansiedade, e uma cultura desportiva que valorize o jovem antes do atleta. Também é importante que os próprios atletas aprendam a conhecer-se melhor, a identificar os seus limites e a cuidar de si sem culpa. A alta performance não deve ser sinónimo de sofrimento. Pelo contrário, é a sintonia entre a mente e corpo que conduzem a melhores resultados, de forma mais saudável e duradoura.
Que mudanças gostaria de ver na forma como o desporto aborda a saúde mental?
Gostaria de ver uma mudança profunda na forma como o desporto, em todas as suas dimensões, encara a saúde mental, uma mudança que envolva clubes, treinadores, colegas, pais, escolas, comunicação social e os próprios atletas. Conciliar performance e saúde mental exige uma mudança de cultura. Quando todos os envolvidos, clubes, escolas, famílias, treinadores, atletas e media trabalharem em conjunto com essa visão, o desporto transformar-se-á num espaço onde é possível competir com excelência sem perder o bem-estar, a motivação e a alegria de praticar.
A nível organizacional, é fundamental que os clubes e associações passem a incluir a saúde mental como parte integrante da formação e desenvolvimento dos atletas. Ter psicólogos do desporto nas equipas técnicas, formar treinadores para reconhecer sinais de alerta e promover boas práticas de bem-estar psicológico deve ser regra, não exceção. No plano social, treinadores e professores têm um papel chave. Precisam de criar ambientes sustentáveis, realistas e seguros, onde o erro é aceite como parte do crescimento e onde cada atleta é valorizado como pessoa, e não apenas pelo resultado que alcança. Os colegas de equipa também devem ser educados para promoverem o respeito, o apoio mútuo e a empatia. Já os pais, por sua vez, devem ser sensibilizados para compreender que apoiar um filho no desporto não é pressioná-lo para vencer, mas ajudá-lo a crescer com equilíbrio e prazer pela atividade que pratica.
A escola pode contribuir muito neste processo, oferecendo flexibilidade, apoio académico e criando uma cultura que valorize tanto o desempenho escolar como o bem-estar emocional dos alunos atletas.
Quanto aos próprios atletas, é importante que se sintam livres para falar sobre as suas emoções, sem medo de julgamento ou de parecerem fracos. Procurar ajuda deve ser visto como um sinal de inteligência e coragem, não como uma fraqueza.
Por fim, os media e as redes sociais precisam urgentemente de mudar a forma como retratam o desporto. Em vez de focarem apenas os recordes, as vitórias e as histórias “perfeitas”, deveriam dar visibilidade às realidades humanas dos atletas, as dificuldades, os processos de superação e a importância do equilíbrio. As redes sociais, em especial, devem ser usadas com responsabilidade, para informar, educar e inspirar, e não para criar pressão ou comparações tóxicas.