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Campanha apela à partilha dos sinais e sintomas dos cancros do sangue

cancros do sangue

São, muitas vezes, assintomáticos nas suas fases iniciais. E mesmo quando surgem os sintomas, a sua inespecificidade faz com que os cancros do sangue ‘sejam invisíveis… até serem demasiado visíveis’. Este é, por isso, o mote da campanha da Takeda, com o apoio da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), da Associação Portuguesa de Leucemia e Linfomas (APLL) e da Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfomas (ADL), lançada no âmbito do mês de sensibilização para os cancros do sangue, que se assinala em setembro, e na qual se apela à partilha do que mais importa, como os sinais e sintomas de doenças como leucemias, linfomas e mielomas, com o intuito de promover um diagnóstico mais precoce.

Entre alguns destes sintomas encontram-se nódoas negras, febre, dores de garganta, nódulos no pescoço, perda de peso, suores noturnos, dores nas costas, cansaço e falta de concentração.

Manuel Abecasis, hematologista, e presidente da APCL, adianta que “quando há sintomas graves ou persistentes”, é realizado “um conjunto de análises de rotina”, geralmente recomendado pelo médico de família, “e as alterações encontradas facilitam a orientação dos doentes para uma consulta da especialidade”.

O especialista esclarece que “estas doenças, nomeadamente as leucemias e linfomas, compreendem um número muito grande de subtipos (leucemias agudas e crónicas, linfomas indolentes e agressivos) e mesmo o mieloma múltiplo engloba vários tipos”, explicando que “as leucemias são doenças originadas sobretudo nos glóbulos brancos ou leucócitos, com origem na medula óssea e que comprometem o seu normal funcionamento. O diagnóstico é feito pelo estudo da medula óssea, colhida através de um mielograma”.

Já os linfomas, “resultam da transformação maligna de linfócitos e manifestam-se sobretudo por um aumento de volume dos gânglios linfáticos”, sendo o diagnóstico feito, “na maioria dos casos, por biópsia de um gânglio envolvido”, enquanto “o mieloma é uma doença dos plasmócitos, que são células derivadas de um linfócito B, que infiltram a medula óssea e causam lesões nos ossos, visíveis em radiografias dos mesmos. O diagnóstico é feito através de uma aspiração da medula óssea (mielograma)”.

Doenças cuja incidência, confirma o especialista, parece ter vindo a aumentar, “moderadamente, nos últimos anos”, por várias razões: “aumento da longevidade (qualquer destas doenças é mais frequente com a idade), melhor acesso a cuidados de saúde e a facilidades de diagnóstico, maior exposição a fatores ambientais, alimentares e outros que predispõem ao aparecimento destas patologias”.

A boa notícia é que, nos últimos anos, têm sido vários os avanços nos tratamentos destes cancros do sangue que, segundo Manuel Abecasis, “começaram por ser utilizados em doenças em fase avançada, resistentes ou refratárias aos tratamentos convencionais e só mais recentemente evoluíram para segundas linhas terapêuticas. Os resultados obtidos foram muito encorajantes e é expectável que haja um benefício real em termos de melhoria da sobrevivência dos doentes, mas são necessários mais estudos para consolidar estes resultados”.

É para estas doenças que alerta a campanha ‘Invisível até ser demasiado visível’ que, pelo terceiro ano consecutivo, pretende alertar para os sintomas e para um diagnóstico mais precoce dos cancros do sangue, que, além da presença nas redes sociais, contará com testemunhos reais de doentes, divulgação em mais de 400 autocarros da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto e distribuição de folhetos informativos.

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