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Quatro em cada dez pessoas com cancro da mama sentiram impacto a nível físico e sexual

cancro da mama

Que o diagnóstico de um cancro da mama tem impacto negativo na vida de quem o recebe e rodeia, não é grande novidade. Mas um estudo realizado a pedido da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), com o apoio da Roche, quis perceber, junto dos portugueses, de que forma a doença lhes alterou a vida. E conclui que este impacto é sentido com grande intensidade, sobretudo ao nível físico (40%), imagem corporal (36%) e vida sexual (37%).

Os resultados completos foram apresentados, em Lisboa, onde se fez uma análise e comentário aos dados.

De acordo com o estudo, a motivação e a energia, assim como o bem-estar emocional e a felicidade são também impactados fortemente pela doença, com mais de metade dos inquiridos (56,4%) a serem forçados a adiar ou a abandonar projetos de vida devido ao cancro da mama. Projetos como ser mãe ou ter mais filhos (21,1%), viajar (19,8%) e escolher um percurso de carreira diferente (19,7%) foram decisões ou sonhos que ficaram por concretizar por força deste tipo de tumor.

O impacto dos sintomas é também grande: 30% dizem sentir cansaço e/ou falta de energia quase todos os dias, dificuldade em dormir (25%) e ansiedade (24%) com a mesma frequência. Não é, por isso, de estranhar que 41% dos inquiridos tivessem tido ajuda psiquiátrica/psicológica e metade um diagnóstico de depressão ou outro problema de saúde mental.

Mas a doença não afeta apenas quem dela sofre. De acordo com o inquérito, diversos aspetos da vida familiar foram afetados negativamente, sendo o stress e a ansiedade da família/amigos (41,4%) os mais afetados.

É sem surpresa que a notícia da remissão surja associada a sentimentos de confiança (31,8%), gratidão (24,3%) ou alívio (19,2%), ainda que, para a esmagadora maioria (84%), estes se fizessem acompanhar por um medo moderado a elevado de uma recorrência.

Mas mesmo esta traz também consigo impactos. Ao todo, 30% dos indivíduos em remissão identificaram alterações nas suas vidas, nomeadamente ao nível dos hábitos alimentares e no encarar a vida de forma diferente (23%) ou na prática de exercício (16%).

O inquérito quis também perceber quais os impactos ao nível da vida profissional e conclui que são muitos. Dos inquiridos que se encontram atualmente a trabalhar, 88% confirmam que estão ou estiveram de baixa devido ao cancro da mama e ainda que para 67% não tivessem havido grandes alterações ao nível laboral (nem alteração de horário, função ou posto de trabalho), 32% reportaram um impacto significativo no salário e 55% na produtividade. E quase metade dos inquiridos que estão reformados ou desempregados estão nessa situação por causa do cancro.

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