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Sete em cada 10 não sabem que mutação BRCA2 aumenta risco de cancro da próstata

mutações BRCA

Segundo um inquérito realizado no âmbito da campanha ‘saBeR mais ContA’, apenas cerca de 30% dos doentes oncológicos ou familiares já ouviram falar de mutações genéticas BRCA e destes só 24% as associa ao cancro da próstata. Na verdade, 77% não sabe que estas aumentam o risco de desenvolver este tumor, nomeadamente, quando a mutação ocorre no gene BRCA2, tendo o seu portador um risco acrescido entre 20% a 25% de vir a ter a doença.

No mês de alerta para a saúde masculina, a campanha ‘saBeR mais ContA’ volta a lembrar que as mutações genéticas BRCA não estão apenas associadas a cancros tipicamente femininos e que a sua hereditariedade não está também apenas associada às mulheres. Esta ideia é particularmente importante desmistificar, já que, segundo o mesmo inquérito, apenas 25,4% sabe que as mutações nos genes BRCA1/2 podem ser herdadas do pai.

Globalmente, o cancro da próstata é o segundo tumor mais comum nos homens, afetando sobretudo aqueles em idade mais avançada. Contudo, segundo André Mansinho, oncologista, em doentes portadores de mutação genética BRCA2, este tipo de tumor é geralmente diagnosticado “numa idade mais jovem e com doença mais agressiva”.

A referenciação para a pesquisa genética nos doentes com cancro da próstata acontece quando existe um caso de cancro da próstata, em qualquer idade, quando metastático, ou quando classificado como sendo de risco elevado a muito elevado.

No caso da pessoa saudável, a referenciação é feita quando esta tem idade superior a 18 anos e que tenha, na sua família, casos de cancro hereditário associado a estas mutações BRCA1 ou BRCA2(5). Se confirmada a presença de uma mutação, este indivíduo “deve ser seguido numa consulta de aconselhamento genético e realizar o plano de rastreio adaptado à sua idade e mutação da qual é portador. Apesar de não minimizar o risco de desenvolver a neoplasia, irá aumentar a probabilidade de ser diagnosticado numa fase precoce e maximizar a sua probabilidade de cura”, explica o especialista.

A mutações nos genes BRCA1/2 aumentam o risco de desenvolver vários tipos de cancro, entre os quais, mama e pâncreas, no caso das mulheres, ovário, e no caso dos homens, quando na presença de mutação BRCA2, cancro da próstata, sendo possível a uma pessoa, homem ou mulher, herdá-las quando um dos progenitores (pai ou mãe) é portador de mutação no gene BRCA1/2.

Esclarecer a população sobre estas questões, particularmente, doentes oncológicos e seus familiares é o principal objetivo da campanha ‘saBeR mais ContA’, uma iniciativa que em 2021 conta com a participação Careca Power, a Evita, a Europacolon, a MOG (Movimento Oncológico Ginecológico), a Sociedade Portuguesa de Genética Humana, da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a Sociedade Portuguesa de Oncologia e a Sociedade Portuguesa de Senologia, com o apoio da AstraZeneca.

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