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Cirurgião-Geral dos EUA quer alerta de risco nas redes sociais, semelhante ao do tabaco

alerta para as redes sociais

Num artigo de opinião publicado no The New York Times, o Cirurgião-Geral dos EUA, Vivek Murthy, que foi nomeado pelo presidente Joe Biden enquanto a autoridade máxima em saúde pública do país, apela ao Congresso para exigir um aviso de risco para as redes sociais, semelhante ao dos produtos de tabaco e álcool.

No artigo, Murthy menciona o impacto que as redes sociais têm na saúde mental dos jovens, que o leva a pedir a inclusão de um alerta aos utilizadores sobre os possíveis danos para saúde mental causados ​​por sites e ‘apps’.

“A crise de saúde mental entre os jovens é uma emergência – e as redes sociais emergiram como um contributo importante”, refere. “Os adolescentes que passam mais de três horas por dia nas redes sociais enfrentam o dobro do risco de sintomas de ansiedade e depressão”, pelo que, acrescenta, “é hora de exigir um rótulo de advertência do cirurgião-geral nas plataformas de redes sociais, afirmando que as redes sociais estão associadas a danos significativos à saúde mental dos adolescentes”.

De acordo com o especialista, este aviso permite informar os utilizadores que as redes sociais não são comprovadamente seguras, tal como foi feito para o tabaco, uma advertência que, refere Murthy permitiu “aumentar a consciencialização e mudar comportamentos”.

É claro que, explica, este alerta “não tornaria, por si só, as redes sociais seguras para os jovens”. Para isso, são necessárias várias medidas, sobretudo para aumentar a segurança para os mais pequenos, que devem impedir, defende, “as plataformas de recolherem dados sensíveis de crianças e deverão restringir a utilização de funcionalidades como notificações push, reprodução automática e rolagem infinita, que prejudicam o desenvolvimento do cérebro e contribuem para a utilização excessiva”.

Claro que a responsabilidade não pode recair apenas sobre as plataformas que fornecem estes serviços, mas também, acrescenta, sobre o resto da sociedade. “As escolas devem garantir que a aprendizagem em sala de aula e o tempo social sejam experiências sem telefone. Os pais também devem criar zonas livres de telefone na hora de dormir, nas refeições e nas reuniões sociais para salvaguardar o sono e as ligações na vida real dos seus filhos – ambos os quais têm efeitos diretos na saúde mental”.

A estes devem ainda juntar-se médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, a quem cabe “levantar a questão das redes sociais junto das crianças e dos pais e orientá-los para práticas mais seguras”.

 

Crédito imagem: Pexels

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