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Consumo de açúcares adicionados pode aumentar o risco de pedras nos rins

pedras nos rins

Entre 5% e 9% das pessoas na Europa, 7% e 15% das pessoas na América do Norte e 1% e 5% das pessoas na Ásia sofrem de pedras nos rins, problema cujos sintomas mais comuns são dores fortes, náuseas, vómitos, febre, arrepios e urina com sangue. Mas os cálculos renais não se limitam a reduzir a qualidade de vida: a longo prazo, podem levar a infeções, rins inchados (hidronefrose), insuficiência renal e doença renal terminal. Conhecer os fatores de risco é essencial para a prevenção e, agora, um novo estudo junta mais um inimigo à saúde dos rins.

Ser um adulto do sexo masculino, obesidade, diarreia crónica, desidratação, doença inflamatória intestinal, diabetes ou gota são alguns dos fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento de pedras nos rins. Mas o estudo publicado na revista Frontiers in Nutrition demonstrou, pela primeira vez, que um consumo elevado de açúcares adicionados deve também juntar-se à lista de fatores de risco para pedras nos rins, açúcares estes que se encontram em muitos alimentos processados, mas são especialmente abundantes em refrigerantes açucarados, bebidas de fruta, doces, gelados, bolos e bolachas.

“O nosso estudo é o primeiro a relatar uma associação entre o consumo de açúcares adicionados e os cálculos renais”, afirma o autor principal, Shan Yin, investigador do Hospital Afiliado do North Sichuan Medical College, em Nanchong, China. “Isto sugere que limitar o consumo de açúcar adicionado pode ajudar a prevenir a formação de pedras nos rins.”

Relação perigosa

Yin e os colegas analisaram dados epidemiológicos de 28.303 mulheres e homens adultos, recolhidos entre 2007 e 2018, que relataram se tinham um histórico de pedras nos rins, tendo sido estimada a ingestão diária de açúcares adicionados de cada participante.

E demonstraram que a percentagem de energia ingerida proveniente de açúcares adicionados estava positiva e consistentemente relacionada com os cálculos renais. Por exemplo, os participantes cujo consumo de açúcares adicionados se encontrava entre os 25% mais elevados da população tinham 39% mais probabilidades de desenvolver cálculos renais ao longo do estudo.

Do mesmo modo, os participantes que obtinham mais de 25% da sua energia total a partir de açúcares adicionados tinham uma probabilidade 88% superior à dos participantes que obtinham menos de 5% da sua energia total a partir de açúcares adicionados.

Os mecanismos da relação entre o consumo de mais açúcares adicionados e um maior risco de desenvolver pedras nos rins ainda não são conhecidos e porque este se tratou de um estudo observacional, são necessários mais trabalhos, confirma Yin. “Por exemplo, que tipos de cálculos renais estão mais associados ao consumo de açúcar adicionado? Até que ponto devemos reduzir o nosso consumo de açúcares adicionados para diminuir o risco de formação de cálculos renais? No entanto, os nossos resultados já oferecem informações valiosas para os decisores.”

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