O verão acabou de chegar e com ele os raios ultravioletas (UV) que podem trazer consequências negativas para a visão. Apesar deste tempo de pandemia em que nos encontramos e dos cuidados recomendados pela Direção-Geral da Saúde para proteção da transmissão do vírus, devemos continuar também a ter cuidados com a visão, especialmente agora que estamos mais expostos ao sol.
É importante saber que “a quantidade de radiação UV a que estamos sujeitos está dependente da hora do dia e da localização geográfica, assim como da capacidade refletora do meio ambiente em que nos encontramos, sendo essencial a proteção ocular em diversas ocasiões para evitar problemas oculares maiores”, alerta a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).
“O olho tem mecanismos próprios de defesa para o excesso de radiação UV. Em situações de alta luminosidade há uma tendência para piscar/semicerrar os olhos. Também a pupila, pelas alterações do seu tamanho, funciona como uma proteção. A córnea e o cristalino são estruturas oculares que também ajudam a diminuir a quantidade de raios que chega à retina mas isto não é o suficiente”, começa por clarificar Sandra Barrão, médica oftalmologista da SPO.
A utilização de óculos de sol é um reforço importante para diminuir a luminosidade a que o olho está sujeito, dando-lhe um maior conforto.
No entanto, só é eficaz se as lentes dos óculos tiverem um filtro de proteção contra os UV, independente da cor das mesmas. “Esse filtro deve garantir um bloqueio perto dos 100%, para além de que deve ter um selo de garantia pelo fabricante e qualidade de forma a não causarem distorção da imagem”, alerta a especialista.
Acessórios essenciais para o verão
Para evitar o aparecimento de problemas oculares, Sandra Barrão aconselha a promoção de outros tipos de proteções: usar chapéu de sol, sendo que quanto maior for a aba menor é a exposição ao sol; evitar as horas de maior incidência solar; utilizar protetor solar e proteger os olhos dos produtos de desinfeção da água, como, por exemplo, o cloro, em ambiente de piscina.
“Qualquer existência prévia de patologia ocular ou de situações sistémicas que estejam associadas a alterações oculares, assim como novas queixas são motivo para manter as consultas de seguimento. O atraso no diagnóstico e na instituição da terapêutica pode resultar na perda definitiva de acuidade visual”, relembra a médica .