Variantes genéticas associadas aos tipos de sangue de uma pessoa podem estar relacionadas com um risco aumentado de acidente vascular cerebral precoce, revela um estudo publicado na revista Neurology®, a revista médica da Academia Americana de Neurologia.
“Tipos de sangue que não sejam O já foram associados a um risco de AVC precoce, mas os resultados da nossa análise mostraram uma ligação mais forte entre esses tipos sanguíneos e esta forma de AVC, e na associação ao risco sobretudo para o tipo de sangue A”, refere o autor do estudo, Braxton D. Mitchell, especialista da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, nos EUA.
Os investigadores analisaram todos os cromossomas para identificar variantes genéticas associadas ao AVC e encontraram uma associação entre o AVC precoce e a área do cromossoma que inclui o gene que determina o tipo de sangue A, AB, B ou O. Dividiram então os participantes em tipos sanguíneos A, AB, B e O e compararam a prevalência desses tipos de sangue em pessoas com AVC precoce, AVC tardio e que nunca sofreram um AVC.
Uma avaliação que permitiu determinar que as pessoas que sofreram um AVC precoce eram mais propensas a ter sangue tipo A e menos propensas a ter sangue tipo O, em comparação com pessoas que tinham tido um AVC tardio ou as que nunca tiveram. Tanto o AVC precoce como o tardio também eram mais frequentes nas pessoas com sangue tipo B.
Após o ajuste para sexo e outros fatores, foi descoberto que aqueles que tinham sangue tipo A tinham um risco 16% maior de sofrer um AVC precoce do que pessoas com outros tipos sanguíneos e que aqueles que tinham tipo O apresentavam um risco 12% menor de AVC do que pessoas com outros tipos de sangue.
“Este trabalho aprofunda a nossa compreensão sobre o desenvolvimento e das mudanças precoces do AVC”, afirma Jennifer Juhl Majersik, especialista Universidade de Utah e membro da Academia Americana de Neurologia.
“São necessários mais estudos para ajudar a desenvolver uma compreensão mais precisa sobre como o AVC se desenvolve, que pode levar a tratamentos preventivos direcionados para o AVC de início precoce e resultar em menor incapacidade durante os anos mais produtivos das pessoas.”