Scroll Top

Identificado biomarcador da doença de Parkinson, que pode mudar paradigma

Parkinson

Num enorme salto em frente na compreensão da doença de Parkinson, foi descoberta uma nova ferramenta que pode revelar presença da chamada “proteína de Parkinson” nas células do cérebro e do corpo. A descoberta, publicada na revista científica The Lancet Neurology, abre um novo capítulo para a investigação, com a promessa de um futuro onde cada pessoa que vive com esta doença pode esperar melhores cuidados e tratamentos e travar a evolução dos sintomas.

A ferramenta pode detetar a doença no líquido espinal não só das pessoas diagnosticadas com Parkinson, mas também de indivíduos que ainda não foram diagnosticados ou que ainda não mostraram sintomas clínicos da doença, mas que estão em alto risco de a desenvolver.

Uma confirmação feita com uma precisão de 93% entre as pessoas com Parkinson que participaram no ensaio. “Nunca antes pudemos ver, numa pessoa viva, se tem esta mudança biológica a acontecer no seu corpo”, refere Todd Sherer, líder da The Michael J. Fox Foundation.

A descoberta do biomarcador foi conseguida por uma coligação internacional de cientistas, liderada pela Michael J. Fox Foundation.

Parkinson: um salto à frente

Uma proteína normalmente encontrada no sistema nervoso, a alfa-sinucleína, pode começar a desdobrar-se e a aglomerar-se, danificando os neurónios e causando o desenvolvimento da doença de Parkinson. Anteriormente, só era possível confirmar a sua presença através de uma análise post-mortem.

Com esta descoberta, a doença de Parkinson está a passar de uma doença principalmente compreendida, diagnosticada e medida através de avaliações clínicas subjetivas para uma doença objetivamente definida biologicamente, o que torna possível novos paradigmas para os cuidados clínicos, incluindo diagnósticos precoces e tratamentos direcionados, assim como o desenvolvimento mais rápido, mais inteligente e mais barato de medicamentos.

Ao ajudar a identificar pessoas nas primeiras fases da doença, “poderíamos então estudar o que acontece em diferentes fases biológicas”, refere Sherer.

“Estou comovido, orgulhoso e maravilhado com este avanço, que já está a transformar a investigação e os cuidados, com enormes oportunidades de crescimento a partir daqui”, diz Michael J. Fox, ator diagnosticado com a doença de Parkinson.

“Estou muito grato pelo apoio dos doentes, das famílias e dos investigadores que estão connosco, à medida que continuamos a derrubar barreiras no caminho para erradicar a doença de Parkinson de uma vez por todas.”

Posts relacionados