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Investigadores criam um novo teste de alergias indolor e mais confiável

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Embora as alergias sejam generalizadas, o seu diagnóstico é complexo e, dependendo do tipo de alergia, as perspetivas de sucesso com o tratamento nem sempre são as melhores. Os testes cutâneos, usados até agora, são desagradáveis, demorados e associados a um certo risco de desencadear uma reação alérgica exagerada. Foi por isso que investigadores da Universidade de Berna e do Hospital Universitário da mesma cidade suíça criaram um novo teste que simplifica o diagnóstico de alergias e pode prever, com segurança, o sucesso de um tratamento.

Aproximadamente um terço da população mundial sofre de uma ou mais alergias, número que tem tendência a aumentar a cada ano. A forma mais comum de alergia é a chamada reação do tipo I, que inclui a rinite alérgica (febre do feno), asma alérgica, alergias alimentares ou alergias a venenos de insetos, pólen, gramíneas ou ácaros do pó doméstica.

Trata-se de uma reação exagerada do sistema imunitário a componentes estranhos, mas inofensivos (alérgenos), que normalmente ocorre em segundos ou minutos após o contacto com o alérgeno. Os sintomas alérgicos podem ir de vermelhidão e inchaço da pele, comichão ou falta de ar a choque anafilático e até morte.

Diagnosticar uma alergia é uma tarefa complexa: além do histórico médico, são tidos em conta parâmetros muitas vezes incertos e os doentes são submetidos a testes cutâneos, que são desagradáveis, por vezes dolorosos, demorados e associados a um certo risco de desencadear uma reação alérgica exagerada.

As alergias são tratadas com controlo dos sintomas e, nos casos mais graves, com imunoterapia, o que envolve a injeção de doses de um alérgeno em concentrações crescentes, durante um período de tempo, com o objetivo de tornar a pessoa insensível ao alérgeno. Um tratamento que nem sempre é bem-sucedido: atualmente, não existe um método confiável para prever a probabilidade de sucesso antes da conclusão do tratamento.

Um grupo de investigação liderado por Alexander Eggel, especialista do Departamento de Investigação Biomédica da Universidade de Berna e do Departamento de Reumatologia e Imunologia do Inselspital, Hospital Universitário de Berna, desenvolveu agora um teste de alergia que, por um lado, simplifica muito o diagnóstico e, por outro, pode prever com segurança o sucesso da imunoterapia. 

Outras aplicações para teste de alergias

Os investigadores esperam que o teste tenha outras aplicações importantes. “Estamos confiantes de que com nosso teste seremos capazes de medir, dentro de alguns meses após o início de uma imunoterapia, se o tratamento é eficaz e em que medida”, refere Thomas Kaufmann.

“Isso seria uma ajuda importante no processo de tomada de decisão para o alergologista tratar o doente, se faz sentido continuar a terapêutica ou não.” Segundo os investigadores, o teste também tem grande potencial para monitorizar o sucesso terapêutico e a duração da ação de novos medicamentos para a alergia em ensaios clínicos, bem como para determinar possíveis reações alérgicas e para controlo de qualidade de produtos alimentares.

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