Suplementos há muitos, mas será que esta variedade tem correspondência em eficácia? Uma nova avaliação das descobertas feitas por dezenas de ensaios clínicos sobre o tema confirmam que não, não estão associados nem a uma vida mais longa ou à proteção contra doenças cardíacas.
Foram ao todo 277 estudos que os investigadores da Johns Hopkins Medicine avaliaram, confirmando que, de facto, a maioria dos suplementos ou dietas não estava associada a nenhum dano. Mas com exceção de uma dieta pobre em sal, dos suplementos de ácidos gordos ómega-3 e ácido fólico para algumas pessoas, que revelaram benefícios para a saúde, os restantes mostraram ser ineficazes.
Descoberto foi também que os suplementos que combinam cálcio e vitamina D podem, de facto, estar ligados a um risco ligeiramente aumentado de AVC.
Uma panaceia que não existe29
Publicado na revista Annals of Internal Medicine, o trabalho deita por terra esta ideia de benefício.
“A panaceia ou a magia que as pessoas continuam à procura nos suplementos dietéticos não existe.”
Quem o diz é Erin D. Michos, diretora associada de cardiologia preventiva do Centro Ciccarone de Prevenção de Doenças Cardiovasculares e principal autora do estudo, que deixa um conselho. “As pessoas devem-se concentrar em obter os nutrientes a partir de uma dieta saudável para o coração, porque os dados mostram cada vez mais que a maioria dos adultos saudáveis não precisa de tomar suplementos.”
Suplementos sem efeitos mensuráveis
Para este estudo, os investigadores usaram dados de 277 ensaios clínicos randomizados, que avaliaram 16 vitaminas ou outros suplementos e oito dietas e a sua associação com a mortalidade ou problemas cardíacos, incluindo doença coronária, acidente vascular cerebral e enfarte. Todos juntos, incluíram dados recolhidos de 992.129 participantes em todo o mundo.
A maioria dos suplementos, incluindo multivitamínicos, selénio, vitamina A, vitamina B6, vitamina C, vitamina E, vitamina D, cálcio e ferro, não revelaram ligação ao aumento ou diminuição do risco de morte ou saúde do coração.
“A nossa análise tem uma mensagem simples: que embora possa haver alguma evidência de que algumas intervenções têm impacto na morte e na saúde cardiovascular, a grande maioria das polivitaminas, minerais e diferentes tipos de dietas não tem efeito mensurável na sobrevivência ou redução do risco de doença cardiovascular”, conclui Safi U. Khan, outro dos autores do trabalho.