Mais ou menos devastadoras, mortíferas, generalizadas, têm sido muitas e diferentes as epidemias globais. Identificar e quantificar o grau de preparação dos países para as enfrentar é o que propõe um novo site, o primeiro do mundo a fazê-lo, que revela que 80% dos países avaliados não estão preparados para estas ameaças à saúde.
Chama-se PreventEpidemics.org é o primeiro site do género, segundo a informação que partilha, a classificar os países consoante a sua capacidade para encontrar, travar e prevenir doenças.
É através dos dados da Avaliação Externa Conjunta, uma ferramenta de preparação para epidemias, desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde, considerada rigorosa, objetiva e aceite internacionalmente, que se definem as classificações dos países.
E são esses dados que permitem confirmar que mais de 80% dos países avaliados não estão prontos para uma epidemia. Uma situação tanto mais grave se pensarmos, como alerta o site, que no mundo conectado em que vivemos, são apenas necessárias 36 horas para que uma doença infecciosa se espalhe globalmente.
Onde pára o risco de ameaças
Criado e desenvolvido pela Resolve to Save Lives, uma iniciativa da Vital Strategies que se define como uma organização com a missão de salvar vidas através da implementação de diferentes soluções, procurando ainda “ajudar o mundo a prevenir o próximo surto de doenças”, o site “é uma nova fonte de informação” que quer ajudar os cidadãos a perceber se o seu país, ou países vizinhos, estão preparados para localizar, impedir e prevenir epidemias
A sua principal característica é o ReadyScore, que fornece uma medida do grau de prontidão epidémica numa escala de 0 a 100.
Ainda distante de uma cobertura mundial, o site dispõe já de informação sobre alguns países. É o caso, por exemplo, da Mauritânia que, com uma classificação que não vai além de 38, é uma das nações assinaladas a vermelho, o mesmo é dizer, claramente não preparada.
A esta juntam-se o Mali (35), a Nigéria (39), a Somália (29), Madagáscar (37) ou o Afeganistão (38).
De verde pintado e, por isso, com bons resultados, estão os Estados Unidos (87), a Austrália (92), Omã (84), a Eslovénia (82) ou a Finlândia (86).
A situação nacional
São ainda muitos os países que carecem de classificação. É o caso de Portugal que, de acordo com o site, “não se ofereceu para a realização de uma avaliação externa e transparente da sua capacidade de encontrar, travar e prevenir ameaças de saúde”.
O que significa, segundo a mesma fonte, que “não sabemos se Portugal está preparado para proteger os seus cidadãos de epidemias e outras ameaças de saúde”.