Em Portugal, cerca de 50 mil pessoas sofrem de epilepsia, a doença neurológica mais comum no mundo. Um problema que, explica João Braga, médico dentista do grupo Best Quality Dental Centers (BQDC), tem consequências a nível oral, não só devido “aos efeitos secundários da medicação efetuada para tratamento e prevenção de crises”, mas também resultante dos “acidentes que podem ocorrer durante uma convulsão”.
De acordo com o especialista, o “risco aumentado de cáries, aumento do volume do tecido gengival (hiperplasia gengival), sangramento gengival, sensação de boca seca, aumento da incidência de úlceras e aftas e cicatrização mais demorada”, são algumas das implicações orais mais comuns que decorrem do tratamento feito por quem vive com epilepsia.
Ainda que cerca de dois terços destes doentes tenham as suas crises bem controladas, resultado do cumprimento diário da sua medicação, estas acontecem e com elas decorrem “traumatismos faciais, lacerações da língua e lábios devido a mordeduras, deslocação do disco da articulação temporomandibular, o que pode implicar incapacidade de fechar a boca e até perda dos dentes anteriores”, reforça o médico, resultantes de “possíveis devido a quedas durante um ataque epilético”.
É, por isso, importante a “uma vigilância regular no médico dentista”, uma vez que, reforça João Braga, “todos estes problemas são detetados com um bom exame intraoral e possuem tratamento”.