Uma operação internacional coordenada pela Interpol e realizada em 116 países, um dos quais Portugal, apreendeu, entre 9 e 16 de outubro, mais de 10 milhões de unidades de medicamentos ilegais e falsificados, potencialmente letais e com um valor superior a 12 milhões de euros.
Em Portugal, a Autoridade Tributária e Aduaneira e o Infarmed controlaram 3.881 encomendas, das quais 130 foram apreendidas durante a semana em que decorreu a operação PANGEA XI. Contas feitas, nesse período foi possível impedir a entrada em Portugal de 8.886 unidades de medicamentos ilegais com um valor superior a 23 mil euros.
A nível global, desta ação resultaram 838 investigações, tendo sido interrompida a atividade de 33 grupos de crime organizado.
Foram ainda monitorizados 16.218 links na Internet, tendo sido desligados 3.671. Destes, 2.688 eram websites e 983 eram de páginas em redes sociais com promoção de produtos farmacêuticos ilícitos. Estão ainda em processo de encerramento 1.319 links.
Durante a operação deste ano verificou-se um aumento significativo da utilização de websites e de páginas de redes sociais para a venda de medicamentos ilegais, embora o número de sites encerrados seja similar ao ano anterior.
Anti-inflamatórios à frente na lista de medicamentos ilegais
Entre os medicamentos contrafeitos e ilegais destacam-se os anti-inflamatórios, seguidos de medicamentos para a dor, disfunção erétil, esteroides anabolizantes.
Em comparação com a operação realizada no ano passado, o número de detenções quase duplicou e os mandados de captura quase triplicaram.
Os riscos da compra em sites não autorizados
Os portugueses continuam a correr riscos e a comprometer gravemente a sua saúde ao adquirirem medicamentos pela internet em websites não autorizados, revelam as autoridades de saúde.
De acordo com o Infarmed, “mesmo que o site tenha uma aparência credível, isso não significa que esteja autorizado a vender medicamentos pela Internet, não reunindo assim as condições para assegurar a segurança, qualidade e eficácia dos medicamentos”.
Isto porque estes fármacos podem ser falsificados ou contrafeitos, terem a composição alterada, estarem fora do prazo ou terem sido transportados sem quaisquer precauções. Como consequência, podem não fazer o efeito pretendido ou causar efeitos secundários inesperados.
Mais ainda, são muitos os sites que vendem medicamentos sem que haja a intervenção de um profissional de saúde, sem conhecerem a história clínica ou a existência de outras doenças, aumentando o risco para quem os toma.