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Privação do sono é bem mais perigosa do que o pensado, alertam especialistas

privação de sono

O Laboratório de Sono e Aprendizagem da Michigan State University, nos EUA, realizou um dos maiores estudos sobre sono até o momento. E descobriu que a privação de sono é muito mais grave do que aquilo que se pensava.

Publicada no Journal of Experimental Psychology: General, a investigação não é só um dos maiores estudos sobre o tema, mas também o primeiro a avaliar a forma como a privação do sono aumenta erros como a repetição ou esquecimento de letras e palavras durante a escrita de frases ou a perda de grandes partes de uma tarefa.

Decididos a quantificar o efeito que a falta de sono tem na capacidade de uma pessoa seguir um procedimento e manter a atenção, o estudo “mostrou que a privação do sono duplica as probabilidades de cometer erros de organização e triplica o número de lapsos de atenção, o que é surpreendente”, explica Kimberly Fenn, especialista no tema.

“As pessoas privadas de sono precisam de ter cuidado em relação a tudo o que fazem e simplesmente não podem confiar que não vão cometer erros dispendiosos. Muitas vezes, como ao volante de um carro, esses erros podem ter consequências trágicas.”

Ao partilhar as suas descobertas sobre os efeitos que a privação do sono exerce sobre a função cognitiva, Fenn colegas esperam que as pessoas reconheçam o quanto as suas capacidades são prejudicadas devido às noites mal dormidas.

“As nossas descobertas desmentem uma teoria comum que sugere que a atenção é a única função cognitiva afetada pela privação do sono”, refere Michelle Stepan, também autora do trabalho.

“Algumas pessoas privadas de sono podem ser capazes de realizar tarefas rotineiras, como um médico que vê os sinais vitais de um doente. Mas os nossos resultados sugerem que concluir uma atividade que exige seguir várias etapas, como é o caso da conclusão de um procedimento médico, é muito mais arriscado em condições de privação de sono.”

“Privação do sono causa déficits generalizados em todos aspetos da vida”

Para o estudo, os investigadores recrutaram 138 pessoas. Destas, 77 ficaram acordadas a noite toda e 61 foram para casa dormir.

Todos os participantes realizaram duas tarefas cognitivas à noite: uma que mediu o tempo de reação a um estímulo; o outro mediu a capacidade de um participante manter o seu lugar em uma série de etapas sem omitir ou repetir uma etapa – mesmo após interrupções esporádicas.

Os participantes repetiram as duas tarefas pela manhã, para ver como a privação do sono afetava o seu desempenho.

“Depois de interrompido, houve uma taxa de erro de 15% à noite e vimos que a taxa de erro aumentou para cerca de 30% para o grupo privado de sono na manhã seguinte”, afirma Stepan. “As pontuações matinais dos participantes descansados ​​foram semelhantes às verificadas na noite anterior.”

Fenn explica que há tarefas que as pessoas podem executar em piloto automático, que podem não ser afetadas pela falta de sono. “No entanto, a privação do sono causa déficits generalizados em todos aspetos da vida.”

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