O Serviço de Hematologia Cínica do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), no Porto, realizou o centésimo transplante de medula óssea num só ano. Este facto ganha mais relevância por se tratar de um ano atípico, em que o mundo luta contra a pandemia por Covid-19.
Segundo Fernanda Trigo, diretora do Serviço de Hematologia Clínica do CHUSJ, “apesar do impacto que a COVID-19 tem tido na nossa sociedade, a manutenção da capacidade de resposta aos doentes hemato-oncológicos, inclusivamente quando necessários cuidados intensivos e mesmo durante as fases em que o CHUSJ foi o epicentro da pandemia, tem sido essencial para a prossecução com sucesso do tratamento destes doentes. Assinalar o atingimento de um número tão elevado de transplantes de medula óssea pelo Centro Hospitalar Universitário São João, em 2021, representa assim o sentimento de dever cumprido e também de que ninguém foi deixado para trás”.
“Numa altura em que era importante não relegar o tratamento dos doentes oncológicos para segundo plano, o Serviço de Hematologia cumpriu, ao mesmo tempo, as normas específicas para a transplantação emitidas pela Direção Geral da Saúde, Instituto Português de Sangue e Transplantação, e da European Society for Blood and Marrow Transplantation”, conclui a clínica.
Presentemente, o Serviço de Hematologia Clínica realiza transplantes autólogos (com células progenitoras hematopoiéticas que são do próprio doente) e transplante alogénicos (com células provenientes de um dador compatível).
Foram realizados neste serviço um total de 1.127 transplantes de medula óssea, 50 dos quais alotransplantes. A tendência tem sido crescente, nos últimos anos.
Em 2022, o CHUSJ iniciará uma nova modalidade, a transplantação haploidentica (em que as células progenitoras hematopoiéticas são parcialmente compatíveis, sendo provenientes de um dador familiar).
Este programa envolve vários profissionais de uma equipa multidisciplinar que engloba, nomeadamente, os Serviços de Imunohemoterapia e Patologia Clínica.
