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Segurança na piscina: o que precisa de saber

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O verão significa que mais crianças vão mergulhar em piscinas, seja no quintal ou num campo de férias. No entanto, juntamente com a diversão, existe o perigo muito real de afogamento e outras lesões relacionadas com a piscina. De acordo com a Associação para a Promoção da Segurança Infantil, o afogamento continua a ser, em Portugal, a 2ª causa de morte acidental nas crianças.

Amal Obaid-Schmid, diretora médica dos Serviços de Trauma na Huntington Health, uma afiliada da Cedars-Sinai, nos EUA, explica que as regras de segurança mais importantes para a piscina começam com a proteção. “Qualquer proprietário de uma piscina deve, antes de mais, certificar-se de que tem uma vedação de pelo menos um metro de altura à volta da mesma.”

É preciso também, “se houver crianças ou nadadores sem experiência na piscina”, supervisão de um adulto. “Penso que pedir a outra criança para tomar conta do seu irmão, por exemplo, não é adequado. É necessário um supervisor que seja adulto, que não esteja distraído com o telemóvel, ou com um telefonema dentro de casa, ou com uma conversa com outro adulto, levando esse papel muito a sério. Não tirar os olhos da criança é muito importante, porque o afogamento pode acontecer num instante”, refere.

Devem ainda estar disponíveis “uma variedade de dispositivos de flutuação dentro e à volta da piscina, incluindo um colete salva-vidas”, assim como “ter um telemóvel na zona da piscina para que possa pedir ajuda imediatamente. E os adultos envolvidos em atividades na piscina devem aprender a fazer as manobras do suporte básico de vida.

Suporte básico de vida: quando e como

Para o fazer, segundo explica o Instituto Nacional de Emergência Médica, deve deitar-se a vítima de costas no chão ou sobre uma superfície rígida; colocar as mãos sobrepostas com os dedos entrelaçados no meio do peito da vítima; com os braços esticados e perpendiculares ao corpo da vítima, pressionar o peito, fazendo com que este baixe visivelmente e alivie, repetindo 30 vezes este movimento de compressão e descompressão do peito da vítima a um ritmo de 100 a 120 por minuto.

Ao fim das 30 compressões, devem fazer-se duas ventilações através da boca da vítima. Para isso, há que encher os pulmões de ar e expirar para a boca da vítima, tapando-lhe o nariz com os dedos e isolando, com os lábios, os da vítima, para que não exista fuga do ar. Após a ventilação, devem retomar-se as compressões e seguir sempre a sequência de 30 compressões torácicas com duas ventilações, mantendo as manobras até à chegada de ajuda ou a vítima recuperar.

No caso das crianças, logo que se verifique que o latente/criança não respira normalmente, fazer cinco ventilações apenas com a quantidade de ar necessária para expandir eficazmente o tórax e adaptar as compressões ao tamanho da vítima: se bebé até um ano, usar apenas dois dedos e se criança até oito anos, apenas uma mão, deprimindo até 1/3 da altura do tórax.

Outros riscos associados à piscina

Lesões na cabeça e na espinal medula resultantes de mergulhos imprudentes são outros dos aspetos a que se deve estar atento e que, segundo Amal Obaid-Schmid, “acontece mais entre adolescentes e jovens adultos”.

Para evitar lesões por mergulho, a especialista aconselha a que as pessoas se certifiquem “que os frequentadores da piscina utilizam apenas as pranchas de mergulho existentes que foram concebidas para mergulhar em águas profundas. Assistimos a lesões catastróficas provocadas por mergulhos em locais pouco seguros, como telhados ou pátios, ou por mergulhos de cabeça em águas pouco profundas”.

Muitas destas lesões estão ainda, acrescenta, “relacionadas com o álcool. O álcool e a natação não se misturam. O risco de afogamento ou quase afogamento aumenta 37 vezes quando se consome álcool durante a natação”.

Depois, há ainda a referir o afogamento seco, que “ocorre quando uma pessoa quase se afogou e a água entrou nos pulmões, o que estimula o chamado laringoespasmo. Isto significa que as vias respiratórias estão basicamente fechadas, pelo que não está a receber oxigénio suficiente e isto pode ocorrer entre várias horas e 24 horas após o evento”.

Aqui, os sinais podem ser subtis “e podem apresentar-se sob a forma de tosse, vómitos, incapacidade de falar ou simplesmente não parecer bem. Se isto acontecer, deve dirigir-se imediatamente ao serviço de urgências ou ligar para o 112. Embora seja muito raro, o afogamento em seco pode ser fatal”.

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