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Inquérito global revela falta de conhecimento sobre a demência

inquérito sobre demência

A cada três segundos, uma pessoa no mundo desenvolve demência, revelam os dados do maior inquérito do mundo sobre atitudes em relação ao tema, que dá conta de uma surpreendente falta de conhecimento global. Ao todo, dois em cada três inquiridos ainda acreditam que a doença é uma parte normal do envelhecimento e não um distúrbio neurodegenerativo.

Contas feitas, 95% dos inquiridos pelo estudo da Alzheimer’s Disease International (ADI), a federação internacional de 100 associações e federações de Alzheimer em todo o mundo, realizado junto de quase 70.000 pessoas em 155 países pela London School of Economics and Political Science, pensam que podem desenvolver demência durante a vida.

Revelado na véspera do Dia Mundial da Alzheimer, que se assinala a a 21 de setembro, o relatório mostra que o estigma à volta da demência está a impedir as pessoas de procurar informações, conselhos, suporte e ajuda médica que possam melhorar a duração e a qualidade de vida de uma das causas de morte que mais cresce no mundo.

De facto, prevê-se que o número de pessoas a viver com demência venha a triplicar, passando de mais de 50 milhões atualmente, para 152 milhões em 2050.

“O estigma é a maior barreira que limita as pessoas em todo o mundo a melhorar drasticamente a forma como vivem com demência”, diz Paola Barbarino, diretora executiva da ADI.

“A um nível individual, o estigma pode minar os objetivos de vida e reduzir a participação em atividades significativas. A um nível social, o estigma estrutural e a discriminação podem influenciar os níveis de financiamento alocados aos cuidados e apoio.”

Atitudes surpreendentes 

O relatório revela atitudes surpreendentes em relação ao tema. Por exemplo, são muitos os que pensam que a demência é uma parte natural do processo de envelhecimento.

O inquérito feito junto das pessoas que vivem com demência, prestadores de cuidados, profissionais de saúde e o público em geral mostra que 48% dos entrevistados acreditam que uma pessoa com demência nunca vai melhorar, mesmo com apoio médico, enquanto uma em cada quatro pensa que não há nada a fazer a nível da prevenção.

Aqui, o estigma é semelhante ao associado à saúde mental, focado na idade e é acentuado pela falta de tratamentos médicos disponíveis. Na realidade, existem muitas formas de apoio em todo o mundo. 

Profissionais ignoram quem vive com demência

O relatório conclui que mais de 50% dos profissionais de saúde concordam que os seus próprios colegas ignoram as pessoas que vivem com demência e 33% das pessoas pensam que, se tivessem demência, elas não seriam ouvidas pelos profissionais de saúde.

Curiosamente, 95% dos participantes pensam que podem desenvolver demência durante a vida e mais de dois terços das pessoas (69,3%) fazem um teste de perfil genético para saber se estão em risco (mesmo que atualmente não exista tratamento modificador da doença).

No entanto, dois terços ainda pensam que a demência é uma parte natural do envelhecimento. O medo de desenvolver demência é elevado em todo o mundo, mas o verdadeiro entendimento da doença é baixo, o que preocupa, tendo em conta que a doença de Alzheimer e outras demências são a quinta principal causa de morte no mundo.

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