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Sabia que, quando se trata de um AVC, “Minutos salvam vidas”?

Minutos salvam vidas

O Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que se assinala esta sexta-feira (29 de outubro), tem como lema “Minutos salvam vidas”, uma mensagem que vai ao encontro daquilo que a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) vem frisando junto da população, ao longo dos anos: “tempo é cérebro”.

Esta patologia é, refere José Castro Lopes, neurologista e presidente da Direção da SPAVC, “uma catástrofe que é prevenível e tratável”. E, acrescenta, “cabe à população estar preparada para identificar os sinais de AVC e, consequentemente, para uma resposta célere, através da chamada telefónica para o 112, que fará com que “o doente seja tratado rapidamente”.

“Minutos salvam vidas” é o mote da campanha deste ano da Organização Mundial do AVC, convergindo naquilo que a SPAVC defende diariamente. “As células do nosso cérebro, principalmente os neurónios, morrem muito rapidamente quando ficam privadas da circulação que lhes leva o oxigénio e os nutrientes”, explica Liliana Pereira, embaixadora da SPAVC para o Dia Mundial do AVC, acrescentando que, “quanto mais depressa for restabelecida esta circulação que o AVC interrompe, mais facilmente é possível a pessoa recuperar”.

Além da rapidez de resposta na abordagem ao tratamento do doente com AVC ter um impacto nas capacidades motoras e de execução de tarefas do dia a dia, pode também impedir ou atenuar as alterações cognitivas que “são extremamente importantes”.

Isto significa que, “muitas vezes a pessoa fica bem, a andar e a falar2, mas poderá “nunca mais voltar a ser o que era e conseguir fazer tarefas mais minuciosas ou as que exigem mais concentração”. Por isso, “quanto mais cedo são feitos os tratamentos, maior é a probabilidade de preservar esta dimensão que é a cognição e que, de outra forma, poderá estar comprometida, mesmo quando tudo o resto parece estar bem”.

Por outro lado, José Castro Lopes defende que a população tem igualmente um papel fundamental na prevenção do AVC, que passa pela adoção de um estilo de vida saudável. E estando atenta aos sinais de AVC, os 3 F’s (falta de Força num braço, desvio da Face e dificuldade na Fala). “Diria que está na mão da população fazer com que haja menos AVC e fazer com que se fique com menos sequelas, menos “cicatrizes”, que são muito incapacitantes, se os doentes não forem logo devidamente tratados.”

Para Liliana Pereira, é igualmente “muito importante que todos os médicos, especialmente os mais jovens, estejam atentos ao AVC”, com destaque para “os internos e recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar”, por estar nas mãos destes profissionais de saúde a prevenção do AVC.

“Controlar a tensão arterial, fazer o rastreio da diabetes, controlar o colesterol e os triglicéridos elevados no sangue, e promover uma dieta saudável e o exercício físico porque será assim que será atingido o maior bem de todos: prevenir o AVC e não chegarmos a ter doentes para os outros profissionais diagnosticarem e tratarem”, afirma a neurologista do Hospital Garcia de Orta, em Almada.

Assim, à semelhança do que tem vindo a acontecer em anos anteriores, a SPAVC assinala o Dia Mundial do AVC, estando a desenvolver uma campanha na qual serão partilhados testemunhos reais de doentes que vão contar as suas histórias, e que será difundida nos seus canais digitais. 

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