As bactérias probióticas normalmente encontradas em alimentos fermentados, como iogurte, pão de massa lêveda e sopa de miso, um ingrediente tradicional da culinária japonesa, podem ajudar a dissipar o embaraço do mau hálito persistente, a camada halitose, descobriu uma análise de dados publicada na revista científica BMJ Open.
Lactobacillus salivarius, Lactobacillus reuteri, Streptococcus salivarius, Weissella cibaria, tomados sob a forma de suplementos, foram capazes de ajudar a refrescar o hálito, mas é necessária mais investigação de boa qualidade, afirmam os especialistas envolvidos neste trabalho.
Os compostos sulfúricos voláteis são a principal causa de mau hálito persistente. Estes compostos são produzidos por bactérias da boca como resultado da mistura de bactérias e resíduos alimentares associados a uma má higiene gengival e dentária.
Entre as opções utilizadas para resolver o problema incluem-se as lavagens orais, as pastilhas elásticas, a raspagem da língua, mas são cada vez mais os estudos que sugerem que as bactérias probióticas podem oferecer uma alternativa mais simples.
Para aprofundar esta questão, e descobrir quanto tempo os efeitos destas bactérias podem durar, os investigadores analisaram bases de dados publicados até fevereiro de 2021 e confirmaram que, entre aqueles com problemas de mau hálito, o consumo de probióticos melhorava a situação.
Acreditam, por isso, que os probióticos podem inibir a decomposição de aminoácidos e proteínas por bactérias anaeróbias na boca, de modo a reduzir a produção de subprodutos malcheirosos. No entanto, salientam que as dimensões das amostras dos estudos incluídos eram pequenas e alguns dos dados estavam incompletos.
“Esta revisão sistemática e meta-análise indica que os probióticos (por exemplo, Lactobacillus salivarius, Lactobacillus reuteri, Streptococcus salivarius e Weissella cibaria) podem aliviar a halitose, reduzindo os níveis de concentração [do composto sulfúrico volátil] a curto prazo, mas não há um efeito significativo nas principais causas de halitose, tais como o revestimento da placa e da língua”, escrevem.
“São necessários mais ensaios clínicos aleatórios de alta qualidade no futuro para verificar os resultados e fornecer provas da eficácia dos probióticos na gestão do mau hálito”, acrescentam.