Chama-se ROSE o projeto que acaba de conquistar o primeiro prémio do BI Award for Innovation in Healthcare, uma iniciativa que quer levar a sustentabilidade aos blocos operatórios e que recebe, por isso, um prémio de valor monetário de 20.000,00€.
No segundo lugar do pódio está o projeto Ver Melhor, Mais Perto, que visa a criação de uma Plataforma de Cuidados Primários de Saúde Visual, e que recebe um prémio de 10.000,00€, sendo o terceiro lugar atribuído ao projeto MEDSCRIBE.AI, que pretende desenvolver um software capaz de libertar os médicos de muitas das tarefas burocráticas que lhes ocupam o seu tempo, utilizando a Inteligência Artificial, e que conquista 5.000,00€.
Criado com o objetivo de distinguir projetos inovadores capazes de contribuir para a otimização dos cuidados de saúde em Portugal, nesta segunda edição o BI Award for Innovation in Healthcare teve como tema a “Sustentabilidade para um futuro comum”.
E é em nome dessa mesma sustentabilidade que o ROSE – Enviroment Sustantibilty Of The Operating Room – quer agir. Por enquanto apenas um projeto-piloto, a funcionar no Centro Hospitalar Universitário de Santo António, no Porto, a ideia é torná-lo abrangente, já que o bloco operatório pode ser responsável pela produção de até 20% dos resíduos hospitalares anuais. Para isso, foram definidas várias frentes nas quais o ROSE pretende atuar, tais como a triagem de resíduos, a sustentabilidade hídrica, a emissão de gases com efeito de estufa ou os fumos hospitalares, o que permite, ao mesmo tempo, proteger o ambiente e gerar poupança para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Na área da oftalmologia, especialidade que lida com grandes dificuldades no acesso e na equidade dos seus doentes, com maior ênfase em algumas regiões do País, o projeto Ver Melhor, Mais Perto, que conquistou o 2º lugar do BI Award, tem como objetivo criar uma Plataforma de Cuidados Primários de Saúde Visual. Tal plataforma visa disponibilizar consultas de oftalmologia aos cidadãos, promover a equidade, diminuindo as deslocações hospitalares e os custos associados, implementar rastreios, promover a sustentabilidade ambiental e melhorar a experiência do doente, nomeadamente, o grau de satisfação relativamente à sua jornada.
O terceiro classificado do BI Award, o projeto MEDSCRIBE.AI, pretende reduzir o tempo do médico que é dedicado a realizar tarefas burocráticas (redação de notas clínicas em consulta, relatórios clínicos, registo de resultados de exames de diagnóstico, entre outros), o que, no caso do SNS, corresponde a cerca de 30 milhões de horas médicas alocadas a trabalho burocrático com um custo de aproximadamente 600 milhões de euros.
Um gasto que quer colmatar através da criação de um software, baseado em Inteligência Artificial, dirigido a todas as especialidades, que terá as funções de criar automaticamente as notas médicas das consultas, notas de alta, cartas de transferência, notas de referenciação, relatórios clínicos e ainda resumir os relatórios e resultados dos principais exames de diagnóstico.
O BI Award for Innovation in Healthcare, uma iniciativa da Boehringer Ingelheim, com o apoio institucional da Ordem dos Médicos, contou com 100 projetos candidatos, todos bastante diferenciados e inovadores, subordinados ao tema da sustentabilidade, em áreas como a inovação, a prestação de cuidados de saúde, a tecnologia ou o ambiente.
Crédito imagem: Jonathan Borba (Pexels)