A hospitalização por doença ou lesão grave pode ser um período traumatizante e de elevado stress. Apesar deste sentimento poder ser temporário e desaparecer quando a rotina volta ao normal, para alguns doentes hospitalizados este episódio pode ter impacto a longo prazo. Um estudo realizado pelo Stanford Medicine comprovou que alguns doentes hospitalizados vão desenvolver uma doença mental e reuniu um conjunto de 10 questões para identificar os doentes que vão necessitar de apoio.
Conhecida como Hospital Mental Health Risk Screen, as 10 perguntas estão relacionadas com emoções passadas, presentes e futuras; o histórico de ansiedade e depressão; os sentimentos de isolamento e stress desde que chegaram ao hospital; e o quão stressados esperavam sentir-se no próximo mês.
Desta forma, com esta ferramenta de triagem, é possível identificar e intervir precocemente no doente, melhorando a sua qualidade de vida. De resto, os especialistas descobriram mesmo que esta forma de rastreio ajuda a identificar, dois meses depois, 79% das pessoas que apresentavam perturbação de stress pós-traumático, depressão ou ansiedade.
É um facto que as doenças que requerem cuidados de emergência, desde um ataque grave de pneumonia à COVID-19, passando por um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral, podem deixar alguns doentes hospitalizados com stress a longo prazo, algo que o ambiente do hospital pode aumentar.
“Se for internado no hospital após um acidente de viação, apresentará sintomas de stress”, refere David Spain, professor de cirurgia geral e autor sénior do novo estudo, que foi publicado na revista científica PLOS ONE, em declarações partilhadas pela universidade “Muitas destas pessoas vão melhorar com o tempo, principalmente se tiverem um bom apoio social, ajuda em casa, amigos e familiares. Mas algumas pessoas não o farão.”