
“O pós-parto é o único momento na vida das pessoas em que sabemos que há um gatilho biológico que garante que uma percentagem de pessoas ficará doente.” Palavras de Lauren Osborne, professora de obstetrícia e autora de um estudo que comprova que as mulheres que sofrem de depressão pós-parto podem ter níveis altos de moléculas no sangue. Já sabendo deste facto, é possível avançar mais um passo “na tentativa de encontrar preditores para outras doenças psiquiátricas”, como a depressão pós-parto.
O que é a depressão pós-parto?
Muito comum após a gravidez, esta doença pode afetar uma percentagem das mulheres, principalmente durante os primeiros três meses após o parto. Os sintomas são muito semelhantes ao de uma depressão tradicional, tais como tristeza prolongada, falta de energia, incapacidade de realizar tarefas do dia a dia, desinteresse ou ansiedade exagerada pelo bebé, baixa autoestima e falta de confiança, sensação de culpa, fracasso ou vergonha, pensamentos de morte e suicídio, alterações no apetite e no sono.
Uma investigação recente comprovou que as mulheres que desenvolvem depressão pós-parto podem ter níveis significativos de uma molécula derivadas da hormona da progesterona, no sangue, durante o terceiro trimestre da gravidez. De acordo com os investigadores da Universidade da Virgínia, estas moléculas influenciam a resposta do cérebro ao stress e a regulação emocional.
O estudo focou duas moléculas da progesterona, uma que tem efeitos calmantes e de redução do stress e outra que aumenta a ansiedade e o stress. O que se verificou foi um desequilíbrio entre estas duas moléculas, no terceiro trimestre.
Desta forma, considera-se que um exame ao sangue para determinar se estas moléculas existem podem fornecer informações sobre se a mulher vai desenvolver depressão pós-parto. Assim, é possível prevenir e intervir precocemente.
O que pode causar a depressão pós-parto?
Existe uma maior probabilidade de desenvolver esta doença, quando já tem uma história anterior de depressão (tradicional ou pós-parto) em si próprio ou na família; quando há fatores biológicos, como alterações hormonais; quando teve um parto complicado e/ou dificuldade em amamentar, podendo gerar traumas; quando é uma gravidez não desejada; quando há falta de suporte familiar e financeiro ou história de abuso físico ou sexual.
O seu médico é o melhor aliado para ultrapassar esta fase. Por isso, assim que sentir algum sintoma, consulte o seu especialista e faça um diagnóstico e tratamento adequados.