Beber até cair é um termo que alguns por certo reconhecerão. E para além da ressaca, o dia seguinte e os que se seguem podem trazer outros amargos de boca, algo que pode vir a ter os dias contados, a julgar por um novo estudo que confirma a existência de um gene capaz de nos proteger contra os efeitos do álcool.
Sim, leu bem, um gene que, quem sabe um dia, vai ser mesmo capaz de nos impedir de beber, como forma de proteger o nosso organismo dos efeitos nocivos do álcool.
O álcool e o gene ADH
Publicado na revista científica Nature Ecology & Evolution, o trabalho, realizado por uma dupla de investigadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, decidiu analisar uma base com os dados de 2.500 pessoas do Projeto 1.000 Genomas, que decorreu entre 2008 e 2015 e resultou de um esforço internacional para criar o catálogo mais detalhado sobre as variantes genéticas humanas.
A observação das variantes que surgiram em população espalhadas um pouco por todo o mundo, segundo o New Scientist, permitiu identificar as alterações mais recentes verificadas nas características humanas.
E uma das descobertas está associada ao gene ADH, que produz um conjunto de enzimas, as álcool desidrogenase, capazes de ‘quebrar’ o álcool e convertê-lo numa substância menos tóxica.
Foram identificadas novas variantes deste gene, que parecem proteger contra a dependência das bebidas alcoólicas, embora não seja claro como é que isto é feito.