Depois das três edições, que reuniram a participação de mais de 100 associações de doentes, a Academia para a Capacitação de Associações de Doentes (ACAD-Ativos pela Saúde) arranca, em setembro, para uma 4ª edição, em formato online e gratuito, com o objetivo de continuar a capacitar e apoiar as associações de doentes a desenvolver e a fortalecer o seu papel de atores no sistema de saúde. Uma iniciativa promovida pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP-NOVA).
A quarta edição do projeto é lançada com um evento que se irá realizar na Escola Nacional de Saúde Pública, no dia 16 de setembro, pelas 14h30. Nesta sessão serão apresentadas as linhas gerais que estruturam a nova edição do projeto e será promovida uma reflexão/discussão em torno de temáticas como a participação pública em saúde e alguns dos desafios que atravessam o sistema de saúde português e que têm sido sinalizados pelas associações de doentes.
A quarta edição inclui diversas atividades, entre as quais o já habitual programa de capacitação, que decorrerá entre setembro e novembro deste ano (a inscrição é gratuita, mas implica o preenchimento prévio de um formulário aqui. ).
Estão previstas muitas outras atividades, que decorrerão até junho de 2023. A Academia dirige-se primariamente aos membros das associações, mas pretende também alcançar outros atores, fomentando o diálogo colaborativo e contribuindo para dar voz às associações de doentes.
Ajudar as associações de doentes a fazerem-se ouvir
Capacitar, implementar, dialogar e influenciar são os quatro eixos deste projeto, que se concretizam na realização de seminários, visitas de campo e outras iniciativas análogas que vão fomentar a discussão em torno de temas atuais e do interesse das associações de doentes, com o objetivo de agitar consciências e de promover a mudança por um sistema de saúde no qual todas as vozes sejam efetivamente ouvidas e atendidas.
Para implementação do projeto, a ACAD-Ativos pela Saúde conta com uma equipa de formadores diversificada, que reúne académicos, políticos, entidades públicas e privadas, investigadores e profissionais de diferentes áreas de conhecimento.
De acordo com a atual coordenadora do projeto, Ana Rita Oliveira Goes, “a participação pública em saúde ainda está longe de ser uma realidade em conformidade com o enquadramento legal e constitucional que existe em Portugal. Importa, por todas as razões, ouvir doentes, cuidadores/as, associações que os/as representem e criar lugares de fala e de escuta ativa, a partir dos quais estas pessoas possam ter uma voz e ver respondidas as suas questões, necessidades e preocupações”.
A mesma fonte acredita que “a ACAD-Ativos pela Saúde, no caminho que tem feito, e naquele que se propõe continuar a fazer, vem contribuir não só para criar esses lugares horizontais de fala e de escuta, entre doentes, profissionais e decisores políticos ou na área da saúde, mas também para garantir que o sistema de saúde português continua a melhorar continuamente na qualidade e na celeridade dos cuidados prestados, sem nunca esquecer ou secundarizar a realidade de quem (con)vive com a doença”.
As sessões de capacitação têm início a 22 de setembro e decorrem ao longo dos meses de outubro e novembro deste ano, nesta primeira fase.