A batalha contra a obesidade não é apenas urgente por razões físicas. Um novo estudo confirma que o impacto na saúde mental é tão elevado, que a prevenção é cada vez mais importante também devido ao impacto dos quilos a mais e do aumento do IMC na saúde mental.
Realizado por investigadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, o trabalho, publicado na revista BMJ, explorou o impacto de aspetos da saúde física, como o peso corporal, a saúde do coração e a pressão arterial, para ver se os indivíduos com pior saúde física continuaram a ser menos felizes e menos satisfeitos com as suas vidas.
Felicidade e quilos a mais
A associação não é nova. De facto, vários têm sido os estudos que confirmaram que os mais felizes e satisfeitos com a vida têm uma melhor saúde física e vivem mais tempo do que aqueles que apresentam um menor bem-estar mental. Mas de fora tem ficado a clássica questão da galinha e ovo. Ou seja, quem vem primeiro?
Aqui, os investigadores quiseram saber se uma saúde física mais precária causa menor bem-estar mental, ou se, pelo contrário, são os indivíduos com menor bem-estar mental que são mais propensos a ter problemas físicos. E o trabalho feito sugere uma relação entre o índice de massa corporal (IMC) e a saúde mental: quanto maior o primeiro, menor a segunda.
Mais um incentivo para perder peso
“Os resultados até agora destacam a necessidade urgente de combater a crise da obesidade porque o aumento do IMC está a fazer com que a população seja menos feliz e esteja menos satisfeita com a vida”, explica Claire Haworth, especialista da Universidade de Bristol, e autora sénior do estudo.
“Esta é uma informação que pode ser imediatamente útil para os médicos, para que incentivem dos doentes a manter um peso saudável”, acrescenta.
Até porque, refere, “frequentemente os indivíduos são encorajados a perder peso porque isso leva a uma melhor saúde física, mas para muitos isso não é motivador o suficiente. Tornar-se mais feliz e mais satisfeito com a vida pode ser a motivação extra necessária para encorajar mais pessoas a manter um peso saudável”.