Independentemente de outros fatores de risco, como a diabetes, a hipertensão ou o uso de medicamentos, os adultos com hábitos de sono mais saudáveis têm um risco 42% menor de sofrer de insuficiência cardíaca, em comparação com aqueles que têm dificuldades em dormir bem.
Foi esta a principal conclusão do mais recente estudo da American Heart Association, publicado no jornal Circulation, que comprovou que as perturbações do sono têm um papel crucial na manifestação da insuficiência cardíaca, uma doença que afeta mais de 26 milhões de pessoas em todo o mundo.
Contando com quase 409 mil participantes, com idades entre os 37 e os 73 anos, os investigadores propuseram-se a examinar a relação entre os padrões de sono saudáveis – acordar cedo de manhã, dormir 7 a 8 horas por dia e não apresentar insónias frequentes, ressonar ou ter sonolência diurna em excesso – e insuficiência cardíaca. O resultado?
“As nossas descobertas destacaram que é importante melhorar os hábitos de sono para ajudar a prevenir a insuficiência cardíaca”, explica Lu Qi, um dos autores do estudo e professor de Epidemiologia e diretor do Centro de Investigação em Obesidade da Universidade de Tulane, nos EUA.
Mas esta não foi a única conclusão. Os cientistas também descobriram que o risco de insuficiência cardíaca era 8% menor para os madrugadores e 12% menor para os que dormiam entre 7 a 8 horas.
Além disso, registou-se ainda que a probabilidade de desenvolver esta doença era 15% menor naqueles que não sofriam de insónias frequentemente e 34% menor para os que que não sentiam sonolência diurna.
Os dados foram recolhidos até ao dia 1 de abril de 2019, sendo que os investigadores registaram 5.221 casos de insuficiência cardíaca durante um período de acompanhamento que durou, em média, 10 anos.
