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Viver para além dos 110 anos? Só tem de conseguir chegar aos 105

Chegar à idade dos supercentenários

Quer ser um supercentenário? Chegar aos 110 anos não é para todos, mas se conseguir ultrapassar os perigosos 90 e chegar aos 105 anos, viver para além disso é muito provável. É a ciência que o garante.

Um estudo liderado pelos especialistas das Universidade da Califórnia e da Universidade Sapienza de Roma foi olhar para a vida de cerca de 4.000 italianos com 105  ou mais anos, entre 2009 e 2015.

E confirmou que as hipóteses de sobrevivência destes guerreiros da longevidade estabilizou quando passaram dos 105 anos.

As descobertas, publicadas na revista Science, desafiam investigações anteriores, que davam conta de um limite para a vida humana.

“Os nossos dados revelam que não há um limite fixo para a expectativa de vida humana”, explica Kenneth Wachter, autor principal do estudo.

“Não só vemos taxas de mortalidade que deixam de piorar com a idade, como algumas chegam mesmo a melhorar com o tempo”, acrescenta.

A idade em que o risco de mortalidade estabiliza

Olhando para os dados recolhidos foi possível verificar que, aos 100 anos, o risco de mortalidade no ano seguinte era de 40%. Percentagem que aumentava aos 101, 102, 103… Sem surpresas, quanto mais velhos, maior o risco de não ver o dia seguinte.

No entanto, e aqui sim, surpreendentemente, a curva pára aos 105 anos, quando o risco de morrer parece equilibrar-se.

E, com 106 anos, os supercentenários apresentavam um risco de mortalidade idêntico aos de 105, estabilidade que se mantinha nos anos seguintes. Ao contrário do esperado, a probabilidade de ter mais um ano de vida não diminuía, mantendo-se a mesma, quer o idoso tivesse 107 ou 112 anos.

Quando a seleção natural entra em cena

É natural que as taxas mortalidade aumentem, à medida que aumentam os anos de vida e, consequentemente, a fragilidade humana. Até porque o envelhecimento tem em si associado um risco superior de doenças como demência, acidente vascular cerebral, cancro e por aí fora.

Os especialistas envolvidos neste estudo defendem que a sobrevivência está aqui relacionada com a seleção demográfica e/ou seleção natural. Ou seja, as pessoas frágeis tendem a morrer mais cedo, enquanto as pessoas mais robustas, ou as que são geneticamente abençoadas, podem viver até idades extremas.

Os mais velhos do mundo

Até hoje, o mais velho humano de que há registo é Jeanne Calment, um francês que morreu em 1997 com 122 anos.

Atualmente, no pódio da velhice encontra-se a japonesa Chiyo Miyako que, nascida em maio de 1901, conta já 117 anos.

Segue-se a também japonesa Kane Tanaka, com as suas 115 anos primaveras e, em terceiro lugar, com o título de mais velha da Europa, surge a italiana Maria Giuseppa Robucci, também com 115 anos.

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