Com a noite de Halloween quase à porta, é caso para pensar: o que é que nos leva a vibrar com uma noite que apenas serve para… causar medo?
A questão foi colocada por Margee Kerr, professora de sociologia na Universidade de Pittsburgh e autora de vários trabalhos sobre o tema. No mais recente, foi tentar perceber porque é que as pessoas procuram momentos que lhes deixam os cabelos em pé, seja através de festas como a do Dia das Bruxas ou de filmes de terror.
Para isso, recrutou um grupo de voluntários que tinham comprado bilhetes para uma atração de Pittsburhg, uma casa assombrada que promete arrancar muitos gritos aos que tiverem a ousadia de a visitar. Os 262 participantes responderam a inquéritos sobre o seu estado de ânimo antes e depois da visita e uma centena deles usaram sensores na cabeça, que mediu a sua atividade cerebral.
De acordo com a especialista, os convidados relataram um “humor significativamente mais elevado” após a visita, que coincidiu com a redução dos níveis de ansiedade e cansaço.
Isto porque a resposta a esta situações de medo inunda o organismo com substâncias químicas que nos fazem sentir bem, como a dopamina, o que pode ajudar a explicar a razão que levas as pessoas a sair de casas assombradas a gritar, mas também a rir.
De facto, depois da sua passagem pela casa assombrada, cerca de metade das pessoas relataram estar de melhor humor, com 33% a não referirem qualquer mudança significativa. Só 17% referiram terem ficado de pior humor.
Ficar num estado ‘zen’
Mas afinal, quais são os benefícios? Os sentimentos de ansiedade e stress diminuíram e parece lógico que assim seja, mas foi também descoberto que houve uma redução da atividade cerebral, o que sugere que “ficar com medo interrompe o pensamento”.
O que pode, por sua vez, significar que as pessoas estavam a processar informações de forma mais eficiente, ou simplesmente sugerir que se encontravam num estado ‘zen’ moderado, quase semelhante à meditação.