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60% dos portugueses não identificam a morte como uma complicação da diabetes

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Mais de 98% dos portugueses afirmam saber o que é a diabetes, mas cerca de 60% não identificam a morte como uma das complicações da doença, revelam os dados do “Estudo Percecional sobre a Diabetes”, uma iniciativa da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

“A diabetes é facilmente identificada pela maioria da população, que a associa a um tema problemático, devido à sua elevada prevalência”, afirma João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, acrescentando que, no entanto, “o impacto que a diabetes tem na perda de qualidade de vida e como causa de morte ainda não é suficientemente conhecido. A diabetes é responsável por cerca de oito anos de vida perdida e, em 2018, foi a causa direta de morte de 3,8% de portugueses, sem conseguirmos quantificar o seu impacto real, conhecido, na mortalidade por outras causas, das infecciosas, ao cancro ou às doenças cardiovasculares”.

No campo da prevenção, tem sido realizado um trabalho de sensibilização da população, que se comprova pelo facto de 77,3% dos inquiridos do estudo conhecerem os fatores de risco para a diabetes tipo 2, como é o caso do excesso de peso ou da obesidade, do sedentarismo e da hereditariedade.

Já 83,5% sabem como é possível prevenir a doença, indicando a alimentação saudável, a prática de exercício físico e ter um estilo de vida saudável como principais formas de o fazer. Ainda assim, apenas 10,1% e 8,8% destas pessoas consideram que o acompanhamento em consulta de endocrinologia ou por uma equipa especializada em obesidade, respetivamente, são as melhores formas de controlar o peso. Em contrapartida, 66% apontam a dieta orientada por um nutricionista como a melhor tática.

 No que diz respeito às complicações da diabetes, quase 90% dos inquiridos afirmam saber quais são, mas apenas 43,2% indicaram a morte como uma delas. Ainda sobre as complicações, 90% dos inquiridos dizem conhecer as principais e as mais identificadas são a cegueira/ problemas de visão (90%), amputações (77%) e dificuldades na cicatrização de feridas (76%).

“Este estudo demonstra que os portugueses sabem o que é a diabetes e quais as suas principais complicações, mas, mesmo assim, somos um dos países com maior percentagem de população com diabetes na Europa. Assim sendo, não podemos só atuar em campanhas de sensibilização e informação. Para mudarmos os comportamentos, temos de ter respostas concretas, de acompanhamento e suporte, para melhorar os tratamentos e a qualidade de vida de quem tem diabetes. Faltam políticas públicas mais ambiciosas para mudar o curso global da doença, com compromissos das autarquias e da sociedade civil”, aponta José Manuel Boavida, presidente da APDP.

O estudo baseia-se em 1000 inquéritos realizados a portugueses entre os 18 e os 80 anos, entre os dias 26 de outubro e 6 de novembro de 2022, com o objetivo de avaliar as perceções destes relativamente à diabetes.

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