Chega este sábado ao fim a Semana de Sensibilização para as Doenças Invisíveis. Em Portugal, o termo não é muito usado e a efeméride, criada nos EUA, não se assinala. Mas isso não impede que os doentes se sintam assim, invisíveis, sobretudo perante a incompreensão de quem os rodeia, incapazes de compreender doenças que ainda que não se vejam, se fazem sentir. E com muita intensidade.
Definir doenças invisíveis não é difícil. São aquelas, sejam elas mentais ou físicas, que limitam os movimentos, sentidos ou atividades de uma pessoa, mas que são invisíveis para quem a rodeia, com sintomas que não se veem, o que leva frequentemente a mal-entendidos, falsas perceções e julgamentos.
“Infelizmente, as pessoas muitas vezes julgam os outros pelo que veem e concluem que uma pessoa tem ou não a capacidade de fazer algo pela sua aparência. Essa atitude pode ser igualmente frustrante para aqueles que parecem incapazes, mas são perfeitamente capazes, assim como aqueles que parecem capazes, mas não são”, refere a informação partilhada pela Invisible Disabilities Association, uma organização norte-americana que tem como missão aumentar a consciencialização sobre o tema.
Sintomas invisíveis, limitações reais
Invisíveis são sintomas como a dor debilitante, fadiga, tonturas, disfunções cognitivas, lesões cerebrais, diferenças de aprendizagem e transtornos mentais, assim como deficiências auditivas e visuais. Estes nem sempre são óbvios para que rodeia o doente, mas podem – ou fazem-no sempre – limitar as atividades diárias, podendo ir desde desafios moderados a limitações severas, com manifestações também elas diferentes de pessoa para pessoa.
Aqui, incluem-se doenças como a fibromialgia, a depressão, deficit de atenção, entre muitas outras. São doenças crónicas, as mesmas que as contas europeias revelam ser responsáveis por 80% da mortalidade e que, por cá, afeta muitas pessoas. De resto, estima-se que em cada dez cidadãos, quatro tenham mais de duas doenças crónicas.