Acredita-se que o início de Alzheimer comece muito antes dos primeiros sintomas. E acredita-se também que o progresso na investigação de medicamentos para travar a doença tem sido dificultado pelo fato de esta só pode ser diagnosticada quando é tarde demais para uma intervenção eficaz. É para mudar esta situação que um grupo de investigadores alemães desenvolveu um exame de sangue capaz de indicar a presença da doença muito antes dos primeiros sintomas.
Um exame que oferece a oportunidade de identificar os que estão em risco e abrir a porta a novos caminhos na descoberta de medicamentos.
Uma das características da doença de Alzheimer é a acumulação de placas beta-amilóide no cérebro dos doentes. O exame de sangue, desenvolvido por Klaus Gerwert e pela sua equipa, investigadores na Universidade de Ruhr, em Bochum, Alemanha, mede no sangue as quantidades relativas de uma apresentação patológica e saudável destas placas.
Publicado na revista científica EMBO Molecular Medicine, o trabalho procurou verificar se o exame de sangue seria capaz de captar a presença das placas beta-amilóide patológicas em fases muito precoces da doença. E os resultados são promissores, tanto mais que, atualmente, as ferramentas de diagnóstico disponíveis para a doença de Alzheimer envolvem a realização de exames cerebrais muito caros ou de análises de amostras de líquido cefalorraquidiano, extraídas através de punção lombar.
Com este exame, os cientistas apresentam o que dizem ser não só uma opção mais barata, mas também mais simples para pré-selecionar indivíduos da população geral, depois indicados para testes adicionais através dos métodos mais invasivos, capazes de excluir os falsos positivos.