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Gosta de comer fora e de refeições take-away? Então saiba que a sua saúde pode estar em risco

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Comer fora de casa ou encomendar take-away são hábitos extremamente comuns. Mas, quando feitos com muita frequência, sabe quais podem ser os resultados para a sua saúde? Segundo um novo estudo, publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, as consequências destes hábitos são alarmantes.

Está comprovado que comer em restaurantes com bastante regularidade aumenta o risco de doenças crónicas, como a obesidade e a diabetes. Mas agora, um grupo de investigadores da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, descobriu que o consumo frequente de refeições preparadas fora de casa está também associado a um maior risco de morte.

Tal acontece porque a qualidade das refeições preparadas em restaurantes, especialmente nas cadeias de fast food, é muito inferior às refeições confecionadas em casa. Além disso, as refeições preparadas fora de casa tendem ainda a ter uma elevada densidade energética, bem como gordura e sódio em excesso, e poucos nutrientes e fibras.

“Este é um dos primeiros estudos a quantificar a associação entre comer fora de casa e a mortalidade”, explica Wei Bao, responsável pela investigação e professor assistente na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Iowa. “Em linha com estudos anteriores, a nossa descoberta comprova que comer frequentemente fora de casa está associado a consequências adversas para a saúde”, refere.

Para chegar aos resultados apresentados, os investigadores analisaram as respostas que cerca de 35 mil adultos na América do Norte, com mais de 20 anos, forneceram no National Health and Nutritional Examination Survey 1999-2014. Aqui, os entrevistados relataram os seus hábitos alimentares, incluindo a frequência com que consumiam refeições confecionadas fora de casa. 

“Associamos estes dados aos registos de óbitos até 31 de dezembro de 2015, observando especialmente a mortalidade por todas as causas, por doenças cardiovasculares e por cancro”, refere Yang Du, um dos autores do estudo e aluno de Doutoramento na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Iowa.

Assim, após o ajuste para alguns dados demográficos, verificou-se que a taxa de risco de mortalidade dos participantes que consumiam duas ou mais refeições por dia fora de casa, em comparação aos que o faziam menos de uma vez por semana, foi superior em 1,49% ​​para todas as causas de mortalidade, em 1,18% para as doenças cardiovasculares e em 1,67% para o cancro.

Desta forma, Yang Du não tem dúvidas que “os resultados desta grande amostra comprovam que o consumo frequente de refeições preparadas fora de casa está significativamente associado ao aumento do risco de mortalidade”.

Apesar dos resultados, ainda são necessários mais estudos para examinar, com maior precisão, a associação entre comida confecionada fora de casa e a morte por doenças cardiovasculares, cancro ou outras doenças crónicas. Contudo, torna-se crucial encorajar as pessoas a tratarem das suas próprias refeições.

Por fim, Linda G. Snetselaar, autora do estudo, professora na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Iowa e editora-chefe do Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, alerta que os resultados desta pesquisa podem também levar os nutricionistas a “adaptar estratégias para cada pessoa e a avaliar os cardápios dos restaurantes que os seus clientes mais frequentam, com o objetivo de os ajudar a fazer escolhas alimentares mais saudáveis”.

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