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O que motiva o consumo de refrigerantes? Há um estudo que o explica

refrigerantes

Apesar dos avisos e alertas sobre o risco associado ao abuso da ingestão de refrigerantes com gás, o consumo global deste tipo de bebidas tem vindo a crescer de forma rápida há mais de 50 anos.

Especialistas em psicologia da Flinders University, na Austrália, estão a tentar travar esta tendência ao investigar possíveis respostas individuais e “mecanismos” para este aumento no consumo de refrigerantes.

Acredita-se que um fator importante é a forma como as pessoas respondem à exposição diária aos “estímulos” para consumir refrigerantes, que estão disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, em supermercados, lojas de conveniência, máquinas de venda automática e postos de gasolina.

Ao estudar os resultados de mais de 120 estudantes universitários (81 mulheres e 38 homens com idade entre 17 e 25 anos), verificou-se que tanto o ‘controlo inibitório’ como o ‘viés de avaliação’ para sugestões de refrigerantes (ou ‘julgamento positivo automático’) estavam ambos associados ao consumo de mais refrigerantes.

“Estas bebidas são fortemente comercializados com recurso a poderosas mensagens de marketing, que normalmente associam os refrigerantes a emoções positivas, como ‘ser fixe’ ou ‘divertir-se com os amigos’ ou mesmo ‘ felicidade ‘”, refere Joshua McGreen, autor principal do estudo.

“Este trabalho leva-nos mais perto de encontrar métodos novos e acessíveis para ajudar os consumidores habituais de refrigerantes e outros consumidores que desejam tentar mais ativamente limitar a sua ingestão”, acrescenta.

“Embora colocar um imposto sobre refrigerantes seja uma estratégia, esta não aborda os mecanismos subjacentes, que impulsionam o consumo de refrigerantes, nem capacita os indivíduos a regularem o seu próprio comportamento de consumo.”

Este estudo irá continuar em 2022, com o intuito de investigar intervenções capazes de reduzir o consumo de refrigerantes, possivelmente através de uma ‘app’ móvel, fácil de usar ou outros métodos.

Com ganho de peso, cáries dentárias, risco de diabetes e desempenho académico ainda mais baixo entre as armadilhas associadas ao consumo excessivo de refrigerantes, as campanhas de sensibilização e intervenções médicas estão a decorrer em vários países, no sentido de atingir as diretrizes da Organização Mundial de Saúde, que recomenda que adultos e crianças reduzam a sua ingestão diária de açúcares livres para menos de 10% da sua ingestão energética total.

Uma redução adicional para menos de 5% – ou cerca de 25 gramas (6 colheres de chá) – por dia proporcionaria benefícios adicionais à saúde.

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