Os resultados de um novo estudo sugerem que dois adoçantes, comummente usados para substituir o açúcar, interrompem a função de uma proteína que desempenha um papel essencial na desintoxicação do fígado e no metabolismo de certos medicamentos.
“São muitas as pessoas que não percebem que estes adoçantes são encontrados em versões light ou sem açúcar de iogurtes e alimentos salgados e até mesmo em produtos não alimentares, como certos cosméticos”, refere Laura Danner, estudante de doutoramento no Medical College of Wisconsin, EUA.
Aqui, os investigadores estudaram o acessulfame de potássio e a sucralose, adoçantes não nutritivos, utilizando células hepáticas e ensaios sem células, que permitem o estudo de processos celulares como o transporte.
E descobriram que o acessulfame de potássio e a sucralose inibiram a atividade de uma proteína, que faz parte de uma família de transportadores que trabalham para limpar o corpo de toxinas, medicamentos e metabólitos de medicamentos.
As experiências mostraram ainda que os adoçantes estimulam a atividade de transporte e provavelmente ligam-se à PGP e, assim, competem e inibem o transporte de outros substratos.
Embora os especialistas alertem para o facto deste estudo ser preliminar e precisar de ser confirmado em ensaios pré-clínicos e clínicos, os resultados sugerem que os adoçantes não nutritivos podem ser problemáticos para pessoas que tomam alguns medicamentos, entre os quais antidepressivos, antibióticos e medicamentos para a pressão arterial.
“Se os estudos futuros confirmarem que os adoçantes não nutritivos prejudicam o processo de desintoxicação do organismo, seria essencial estudar as potenciais interações e determinar níveis seguros de consumo para grupos de risco”, explica Danner. “Também pode ser importante incluir quantidades específicas de adoçantes não nutritivos nos rótulos dos alimentos para que as pessoas possam acompanhar melhor a sua ingestão.”