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Os coronavírus mais comuns são altamente sazonais, revela estudo

os coronavírus

Dos sete coronavírus conhecidos por infetarem seres humanos, quatro causam infeções respiratórias comuns que são acentuadamente sazonais e com grande semelhanças ao vírus da gripe, revela um novo estudo realizado por especialistas da Escola de Saúde Pública da Universidade do Michigan.

De acordo com os autores do estudo, não é possível determinar se o novo coronavírus, que está na origem da COVID-19, também se vai comportar da mesma forma. Mas esperam que as suas descobertas ajudem os investigadores a prepararem-se melhor para o que ainda está por vir nesta pandemia.

“Embora os coronavírus sazonais encontrados no Michigan [Estados Unidos] estejam relacionados com o SARS-CoV-2, não sabemos se esse vírus se vai comportar como os coronavírus sazonais”, explica Arnold Monto, professor de Epidemiologia da referida instituição.

“Só o tempo dirá se o SARS-CoV-2 se tornará uma presença contínua no cenário das infeções respiratórias, continuando em circulação limitada, tal como o MERS (Síndrome Respiratória do Médio Oriente) ou desaparecendo completamente, como o SARS (síndrome respiratória aguda).”

Comportamentos dos coronavírus

Os investigadores observam que os coronavírus humanos têm sido historicamente detetados em doenças respiratórias leves, enquanto os coronavírus animais que infetam os seres humanos podem causar doenças graves.

A síndrome respiratória aguda grave (SARS), em 2002, e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), em 2012, surgiram quando um coronavírus passou de um animal para as pessoas. Acredita-se que a pandemia da COVID-19 tenha começado da mesma forma.

Arnold Monto e os colegas usaram dados do estudo de Avaliação de Vacinas contra a Gripe Doméstica, uma investigação sobre doenças respiratórias em domicílios com crianças na área de Ann Arbor, no Michigan, que conta, nos últimos 10 anos, com mais de mil participantes.

Um trabalho que continua agora a rastrear a ocorrência de SARS-CoV-2 e a sua presença em residências naquele estado norte-americano.

Em 2010, o estudo começou a rastrear a ocorrência de quatro coronavírus humanos ligeiros (OC43, 229E, HKU1 e NL63), tendo sido analisadas a frequência, sazonalidade e transmissão doméstica das 993 infeções causadas por estes coronavírus.

E verificaram que, em geral, 9% dos casos em adultos e 20% dos casos em crianças motivaram consultas médicas, um valor muito abaixo do verificado com a gripe, que motiva a ida ao médico em 30% dos casos.

A maioria dos casos destes coronavírus foi detetada entre dezembro e abril/maio, com o pico em janeiro/fevereiro, tendo apenas 2,5% dos casos ocorrido entre junho e setembro.

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